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Donald Trump e redes sociais
No tablet, ao centro, a conta de Donald Trump, ex-presidente dos Estados Unidos, no Instagram, como estava no dia de sua posse em 21 de janeiro de 2017.| Foto: Bigstock/hadrian

A gigante tecnológica Meta anunciou nesta quarta-feira que nas próximas semanas restabelecerá as contas do ex-presidente americano Donald Trump no Facebook e no Instagram, que estão suspensas desde a invasão ao Capitólio feita em 2021 por uma multidão de apoiadores do magnata republicano.

Em comunicado, a empresa explica que suspendeu as contas de Trump há dois anos devido a "circunstâncias extremas e altamente incomuns", mas enfatizou que o público "deve poder escutar o que os políticos dizem" para "tomar decisões informadas nas urnas".

A empresa informa que incluiu limites em sua política atualizada e que as contas de Trump estão sendo restabelecidas após "suspensões relacionadas com protestos civis", motivo pelo qual podem ser novamente suspensas entre um mês e dois anos caso publiquem conteúdo que viole as normas das plataformas.

Além disso, a Meta alerta que terá como alvo conteúdos capazes de criar um “risco” semelhante ao ocorrido antes do ataque, que deslegitimem uma eleição ou se refiram ao QAnon, um grupo difuso espalhado pela internet de pessoas que se unem por crenças bizarras sobre uma conspiração de ricos que consumiriam o sangue de crianças — cita a nota —, caso em que “poderia limitar a distribuição" ou restringir o acesso a ferramentas de publicidade.

A empresa suspendeu Trump do Facebook e Instagram indefinidamente depois de o então presidente supostamente ter elogiado seus apoiadores pela invasão de prédios estatais de 6 de janeiro de 2021, mas depois reduziu a suspensão para dois anos após encaminhar o assunto ao seu comitê de supervisão.

Na nota, a Meta diz ter concluído que os riscos presentes em torno do ataque "diminuíram o suficiente" para restabelecer as contas uma vez cumprido o banimento, mas reconhece que existe um "debate importante" sobre a responsabilidade das redes sociais sobre o conteúdo que hospedam.

“Acreditamos que é necessário traçar uma linha entre o conteúdo que é prejudicial e deve ser removido e o conteúdo que, por mais que seja de mal gosto ou impreciso, faz parte da dureza da vida em uma sociedade livre”, pondera a empresa.

Trump reagiu ao anúncio por meio de sua própria plataforma, a Truth Social, em uma mensagem na qual opinou que o Facebook perdeu dinheiro após suspender suas contas.

Após o ataque ao Capitólio, Trump também viu ser suspensa a sua conta no Twitter, a rede social que mais utilizava e na qual era mais seguido, e que em novembro do ano passado foi restabelecida por ordem do novo dono da empresa, o magnata Elon Musk, embora o republicano tenha respondido que não estava interessado em voltar. A conta, com 87,7 milhões de seguidores, se encontra no ar, mas só tem publicações de antes do banimento, sem uso conspícuo pelo ex-presidente após o desbloqueio.

No entanto, as aparentes recusas de Trump em retomar suas antigas contas contrastam com reportagens da revista “Rolling Stone” que sugerem que ele planeja encerrar seu acordo de exclusividade com a rede social Truth Social — que deveria renovar em junho — e retornar ao Twitter para a campanha eleitoral de 2024.

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