Estima-se que 66% da população mundial vai morar em espaços urbanos até 2050. Até lá seremos, no total, 10 bilhões de pessoas. No ano 2000, porém, segundo um mapa construído pelo especialista em visualização de dados Max Galka a partir de dados da Nasa, a agência espacial norte-americana, metade da população mundial vivia em apenas 1% da superfície da Terra – os espaços amarelos no mapa. Mesmo com a janela de 15 anos entre os dados que deram origem a esse mapa e os dias de hoje, a situação não mudou muito e o problema continua sendo a tendência de concentração, não a “falta de espaço” na Terra.
As imagens do Socioeconomic Data and Applications Center da Nasa (Nasa/Sedac, na sigla em inglês) usadas por Galka somam a população em blocos de 9 milhas quadradas (cerca de 23 quilômetros quadrados). Dos 28 milhões de blocos identificados, aqueles com mais de 8 mil pessoas viraram um ponto amarelo no mapa.
A população urbana a nível mundial tem crescido rapidamente passando de 746 milhões em 1950 para 7,3 mil milhões em 2015, segundo dados da ONU. O último relatório da entidade sobre o tema, em julho do ano passado, mostra que entre 2015 a 2050 metade do crescimento da população mundial estará concentrado em nove países: Índia, Nigéria, Paquistão, República Democrática do Congo, Etiópia, Tanzânia, os Estados Unidos, Indonésia e Uganda.
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Atualmente, China e Índia permanecem os maiores países do mundo em termos de população, cada uma com mais de 1 milhar de milhão de pessoas, representando 19% e 18% da população mundial, respectivamente. No entanto, em 2022, a população da Índia deverá ultrapassar a da China, aponta uma projeção do relatório.
O que preocupa a ONU é que regiões que sofrem com a seca, a pobreza e outros problemas sérios da África são aquelas que viverão o maior boom. Segundo o relatório da entidade, as populações de 28 países africanos deverão crescer mais do que o dobro. Por sua vez em 2100, 10 países africanos deverão quintuplicar as suas populações: Angola, Burundi, República Democrática do Congo, Malawi, Mali, Níger, Somália, Uganda, Tanzânia e Zâmbia.
Em contraste ao crescimento da população na Ásia e na África, a ONU prevê um envelhecimento significativo nas próximas das décadas na maioria das regiões, começando pela Europa onde 34% da população terá mais de 60 anos até 2050. Na América Latina, Caribe e Ásia, a população com mais de 60 anos passará dos 11% atuais para 25% em 2050.
Em razão disso, que a UN-Habitat, a agência da ONU para desenvolvimento urbano, está trabalhando na definição e fomentação de uma nova “agenda urbana” em consonância com os Objetivos de Desenvolvimento Sustentável (ODS), que substituíram os Objetivos do Milênio a partir deste ano. O foco principal das duas frentes é mesmo: o fim de desigualdade social e da pobreza.