Dois por cento dos adultos do planeta detêm mais de metade da riqueza mundial, incluindo propriedades e ativos financeiros, revelou um estudo realizado por um instituto de desenvolvimento da Organização das Nações Unidas (ONU) e divulgado na terça-feira.
Apesar de a renda global estar distribuída de forma desigual, a distribuição da riqueza é ainda mais distorcida, afirmou o estudo do Instituto Mundial de Pesquisa sobre a Economia do Desenvolvimento, da Universidade das Nações Unidas.
``A riqueza está fortemente concentrada na América do Norte, na Europa e nos países de alta renda da Ásia e do Pacífico. Os moradores desses países detêm juntos quase 90 por cento do total da riqueza do planeta'', disse a pesquisa.
O instituto, com sede em Helsinque, afirmou que o estudo era o primeiro de abrangência mundial a respeito da questão, para a qual há poucos dados disponíveis.
``Nós calculamos que os 2 por cento dos adultos mais ricos do mundo possuem mais da metade da riqueza global enquanto os 50 por cento mais pobres, 1 por cento'', disse Anthony Shorrocks, diretor do instituto.
Shorrocks comparou o quadro a uma situação hipotética em que, de um grupo de dez pessoas, uma teria 99 dólares e as demais, apenas 1 dólar.
``Se pensarmos que a renda vem sendo distribuída de forma desigual, a riqueza está distribuída de forma ainda mais desigual'', disse o diretor do instituto.
Segundo o estudo, em 2000, um casal precisava de um patrimônio de 1 milhão de dólares para estar entre os 1 por cento mais ricos do mundo --um grupo que reúne 37 milhões de pessoas.
Mais de metade dessas pessoas moram nos EUA ou no Japão.
E o estudo descobriu que um patrimônio líquido de 2.200 dólares por adulto colocaria uma família na metade superior da distribuição de riqueza.
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