Metade dos 350 funcionários da ONU que integram a Missão de Observação da ONU na Síria (UNSMIS) abandonou o país, informou nesta quarta-feira à Agência Efe Ahmad Fawzi, porta-voz do enviado especial das Nações Unidas para a Síria, Kofi Annan.

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"Não posso dar números exatos, mas trata-se aproximadamente de metade dos observadores", disse Fawzi, que acrescentou que a medida foi tomada para "reconfigurar os objetivos da missão e se concentrar mais em aspectos políticos do que em aspectos militares".

O porta-voz explicou que "está se dando uma nova dimensão à missão, de acordo com o último relatório do secretário-geral (da ONU, Ban Ki-moon)", que no último dia 6 propôs reduzir o número de observadores da UNSMIS e dar a ela um enfoque mais político, contribuindo para facilitar o diálogo entre as partes.

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Ban recomendou uma redução do componente militar da missão, sua retirada de Damasco "para evitar riscos" e a realização de iniciativas que "alimentem o processo político" no país.

A UNSMIS suspendeu suas operações em 16 de junho devido ao aumento da violência na Síria, e o objetivo da ONU é que os "boinas azuis" que permaneçam no país fomentem o diálogo e alcancem acordos pontuais para diminuir a tensão.

Segundo a proposta que Ban enviou aos 15 membros do Conselho de Segurança, seguirá existindo "um componente militar desarmado" da UNSMIS, que permanecerá com sua função de investigação e visitando locais onde ocorram massacres.

A retirada de aproximadamente 150 observadores da Síria acontece poucos dias depois do Conselho de Segurança decidir ampliar em 30 dias o mandato da UNSMIS.

A notícia coincide além disso com a visita a Damasco do subsecretário-geral para Operações de Paz das Nações Unidas, Hervé Ladsous, que declarou hoje para imprensa que os observadores têm uma dura missão na Síria.

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"Os diplomatas deveriam ser sempre otimistas. Estou de acordo que a situação é pior agora do que antes, mas confio que os círculos viciosos acabarão e o diálogo começará", disse Ladsous, que chegou na terça-feira em Damasco.

O subsecretário-geral informou que se reuniu com oficiais sírios para avaliar a situação e apresentar a eles o novo responsável da missão, o senegalês Babacar Gaye.