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Manchas de óleo no lago Maracaibo (Venezuela) registradas em outubro de 2022. O óleo negro se move livremente na costa venezuelana, onde foram registrados 68 vazamentos no ano passado.| Foto: EFE / Henrique Chirinos

Ao menos 12 dos 22 navios petroleiros pertencentes à Venezuela deveriam estar fora de serviço ou parados para manutenção devido ao risco de derramamentos, naufrágios, incêndios, colisões ou inundações.

A informação foi divulgada pela Reuters na última quinta-feira (4), após a agência internacional de notícias obter acesso a uma série de relatórios internos, incluindo um sobre a avaliação da condição das embarcações.

A análise da frota foi feita em março pela petroleira estatal Petróleos de Venezuela (PDVSA), e a constatação é de que a postergação por anos das manutenções dos navios colocou mais da metade deles em uma "situação crítica". A última grande operação de manutenção teria ocorrido há mais de cinco anos.

O relatório constata que cinco petroleiros da frota nacional já têm 30 anos a mais do que a vida útil indicada e recomenda a aposentadoria imediata desses navios-tanque. O documento também sugere que outros sete navios sejam enviados para estaleiros para reparos substanciais, incluindo a instalação de equipamentos básicos, como extintores, transponders e aparelhos de comunicação.

Ainda segundo a Reuters, os relatórios foram preparados por ordem do ditador da Venezuela, Nicolás Maduro, após uma investigação descobrir um rombo de bilhões de dólares na exportação nacional de petróleo. Desde outubro do ano passado, mais de 60 pessoas foram presas em decorrência dessa investigação e o executivo-chefe da PDVSA e o ministro do petróleo do país foram substituídos.

A agência de notícias indica que o rombo bilionário também está conectado a calotes na compra de novos navios. Pelo menos quatro novos petroleiros estariam retidos devido a atrasos de pagamento, aumentos de custos e sanções, de acordo com os documentos analisados. As investigações mostraram que, desde 2005, a Venezuela pagou a estaleiros no Irã e na Argentina US$ 300 milhões (aproximadamente R$ 1,5 bilhão) por seis novas embarcações, mas, devido ao congelamento de contratos e atrasos nos pagamentos, teria recebido apenas duas delas.

Procurada pela Reuters, a petroleira estatal PDVSA não comentou o caso.

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