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As metas da ONU para a redução da fome e da pobreza no mundo até 2015 são factíveis, apesar dos reveses causados pela crise financeira e econômica global, segundo um documento preliminar sobre as chamadas Metas de Desenvolvimento do Milênio.

A declaração de 28 páginas deve ser formalmente adotada numa cúpula nos dias 20 a 22 de setembro na sede da Organização das Nações Unidas (ONU), em Nova York, com a presença do presidente norte-americano, Barack Obama, e de outros líderes mundiais.

"As Metas de Desenvolvimento do Milênio podem ser alcançadas, inclusive nos países mais pobres, com um compromisso renovado, uma implementação efetiva, e uma ação coletiva intensificada por parte de todos os Estados membros (da ONU) e de outros interessados relevantes", diz o documento, ao qual a Reuters teve acesso na quinta-feira.

Ele diz que as crises econômico-financeiras são um sério obstáculo ao cumprimento das metas, que foram definidas em 2000 e abrangem a redução da pobreza pela metade, o combate à fome, o aumento da igualdade de gênero e a melhoria do acesso universal a saúde e educação.

"Estamos profundamente preocupados com o impacto da crise financeira e econômica -- a pior desde a Grande Depressão", diz o documento.

"Ela reverteu ganhos de desenvolvimento em muitas nações em desenvolvimento e ameaçou abalar seriamente o cumprimento das Metas de Desenvolvimento do Milênio até 2015."

Todos os 192 países da ONU, bem como blocos internacionais como União Europeia e União Africana e organizações como Banco Mundial e Fundo Monetário Internacional (FMI), devem participar da cúpula deste mês.

Diplomatas dizem que o texto foi em grande parte aprovado na quarta-feira, mas que alguns termos ainda estão sendo discutidos. Houve discordâncias sobre as expressões que se referiam a países sob ocupação estrangeira, numa proposta de nações em desenvolvimento que enfrentava resistência dos EUA e da UE.

Um diplomata ocidental em Nova York disse que os negociadores estavam discutindo a declaração-base na tarde de quinta-feira, na esperança de chegar a um consenso.

O texto manifesta "profunda preocupação com as crises múltiplas e interrelacionadas, inclusive a crise financeira e econômica, os preços voláteis da energia e dos alimentos e as atuais preocupações com a segurança alimentar, e também os crescentes desafios impostos pela mudança climática e a perda de biodiversidade."

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