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Ainda abalado pela perda do filho, morto durante o terremoto no Haiti, o motorista Wagner Carlos Detimermani, 49 anos, consegue ver sinais de heroísmo em sua morte. "A lembrança que vou guardar era do meu filho sempre sorrindo. Ele era bastante feliz. Quando se entra no Exército, é preciso honrar a farda. E ele fez isso", diz Wagner sobre a morte do filho, o soldado Tiago Anaya Detimermani, de 23 anos, da cidade de Cachoeira Paulista, no Vale do Paraíba.

Tiago foi para o Haiti em julho e preparava-se para voltar ao Brasil no próximo sábado (15). A terça-feira (12) era seu último dia de trabalho quando aconteceu o terremoto que destruiu o país.

O pai do soldado só tomou conhecimento do tremor de terra no Haiti nesta quarta pela manhã, quando oficiais do Exército de Lorena comunicaram à família sobre a morte de Tiago. A última vez que pai e filho se falaram foi no réveillon.

"Para onde eu olho parece que vejo ele chegando. Estávamos preparando uma comemoração para a volta dele... Dói, dói muito", diz Wagner, trêmulo.

A irmã de Tiago, a dona de casa Graziela Anaya Detimermani, 25 anos, conta que a primeira informação que foi passada à família dava conta que Tiago havia machucado as pernas durante o tremor. Em seguida, o Exército comunicou que apesar de ter sido retirado com vida dos escombros, o soldado não resistiu aos ferimentos, enquanto seria levado para um hospital nos Estados Unidos.

"Ontem [terça-feira, 12] era o último dia de trabalho do meu irmão. Ele se emocionava muito todas as vezes que falava sobre a pobreza do Haiti", conta Graziela. Segundo a irmã, a família ainda não foi informada sobre o translado do corpo para o Brasil.

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