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tragédia

“Meus filhos escaparam de minhas mãos” , diz pai de meninos sírios

 | Murad Sezer/Reuters
(Foto: Murad Sezer/Reuters)

O pai de duas crianças sírias que morreram afogadas junto com a mãe e diversos outros imigrantes enquanto tentavam chegar à costa grega identificou os corpos na quinta-feira (3). Abdullah Kurdi (foto) chorava ao sair de um necrotério na cidade de Mugla, perto de Bodrum, onde o corpo do seu filho de 3 anos de idade, Aylan, foi achado, na Turquia.

Uma fotografia do corpo do menino estampou jornais de todo o mundo na quinta-feira (3), gerando indignação pela falta de ação de países desenvolvidos na ajuda a refugiados.

O irmão de Aylan, Galip, de 5 anos, e sua mãe, Rehan, de 35, também estão entre as 12 pessoas, incluindo outras crianças, que morreram depois que dois barcos colidiram enquanto tentavam chegar à ilha grega de Kos.

Em declaração à polícia obtida pelo jornal Hurriyet, Abdullah disse que pagou duas vezes a traficantes para levar ele e sua família à Grécia, mas as tentativas falharam. Ele então decidiu encontrar um barco e remar sozinho, mas então o barco começou a encher de água e virou quando as pessoas entraram em pânico.

“Eu estava segurando a mão de minha esposa. Meus filhos escaparam das minhas mãos. Tentamos segurá-los no barco”, disse. “Todos estavam gritando no escuro. Não consegui fazer com que minha voz fosse ouvida por minha esposa e filhos”, afirmou.

A foto do menino Aylan Kurdi, que rodou o mundo, foi uma mostra do desespero dos imigrantes que ameaçam suas vidas para tentar alcançar a Europa, numa onda de imigração sem paralelo desde a Segunda Guerra, motivada pela guerra e pelas condições ruins de vida. “Queremos a atenção do mundo sobre nós, para prevenir que isto aconteça com outros. Que esta seja a última vez”, disse.

Canadá

Abdullah e a família tentavam chegar à Grécia e de lá seguir até o Canadá, onde tinham familiares. Apesar de relatos anteriores afirmando que um pedido de refúgio deles havia sido rejeitado, a irmã de Kurdi informou na quinta-feira (3) que a família ainda não tinha solicitado permissão de entrada no país.

“Eles não mereciam morrer, não mereciam. Estavam indo para uma vida melhor. Isso não devia ter acontetcido”, disse a tia dos meninos, Tima Kurdi, a repórteres em Vancouver, no Canadá, em lágrimas.

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