Agentes da lei em Iowa (Meio-oeste dos EUA) acusaram um homem de matar Mollie Tibbets, um estudante universitária de 20 anos, dizendo que ele admitiu tê-la sequestrado em 18 de julho enquanto ela corria em uma estrada rural. Ele os levou para o milharal onde o corpo foi enterrado.
O suspeito foi identificado como Christian Bahena-Rivera, de 24 anos, que, segundo as autoridades, é um imigrante indocumentado do México que vivia nos Estados Unidos há pelo menos quatro anos. Rivera foi acusado de homicídio em primeiro grau, com uma pena potencial de prisão perpétua, segundo Rick Rahn, agente especial encarregado do setor na Divisão de Investigação Criminal de Iowa.
Tibbetts, que estudava psicologia na Universidade de Iowa, estava desaparecida há um mês desde que saiu da casa de seu namorado, em Brooklyn, uma pequena cidade de cerca de 1.500 habitantes, para correr,
O caso foi desvendado na segunda, quando surgiram informações de que as autoridades haviam encontrado o corpo de Tibbetts. Na tarde, foi comunicado que Bahena-Rivera havia sido preso e acusado.
Rahn se recusou a dar detalhes sobre o assassinato de Tibbetts, argumentando que a investigação está em andamento. Ele disse que Rivera falou aos investigadores que a viu correndo, aproximou-se dela e a seguiu. Também falou que Tibbetts pegou um telefone e ameaçou chamar a polícia. “Ele continuou a persegui-la e depois a sequestrou”, disse Rahn.
Combustível
O caso certamente acrescentará combustível ao debate explosivo sobre imigração, já que o muro fronteiriço do presidente Donald Trump, que afirma ser um símbolo de segurança, continua sendo uma promessa de campanha não cumprida e sem financiamento.
Em um comício na Virgínia Ocidental, na noite de terça-feira, Trump fez referência ao caso e à prisão do "estrangeiro ilegal" do México. "Você viu o que aconteceu com aquela jovem linda e incrível. Nunca deveria ter acontecido. Ilegalmente em nosso país", disse ele. "As leis de imigração são uma desgraça. Estamos mudando isso."
Thank you West Virginia. I love you! pic.twitter.com/K1OQ98wOh4
â Donald J. Trump (@realDonaldTrump) 22 de agosto de 2018
"De coração partido pelas notícias sobre Mollie Tibbetts", tuitou o vice-presidente Mike Pence. "Elogiamos a rápida ação dos investigadores locais, estaduais e federais que trabalham em Iowa para deter um imigrante ilegal, que agora é acusado de homicídio em primeiro grau".
We commend the swift action by local, state, & federal investigators working in Iowa in apprehending an illegal immigrant, whoâs now charged with first-degree murder. Now, justice will be served. We will never forget Mollie Tibbetts.
â Vice President Mike Pence (@VP) 21 de agosto de 2018
A morte de Tibbetts lembra o assassinato de Kate Steinle, uma mulher branca de 32 anos cuja morte em 2015, depois de ter sido atingida por uma bala em uma área popular de São Francisco, tornou-se um apelo apaixonado de Trump e outros conservadores e proponentes de leis de imigração mais severas. Um imigrante ilegal, José Inês Garcia Zarate, foi considerado culpado por porte de armas relacionadas à morte de Steinle. Zarate fora deportado dos Estados Unidos cinco vezes.
Investigações
Por mais de um mês, as autoridades federais, estaduais e municipais vasculharam o condado rural, examinando dados eletrônicos de suas contas no Fitbit – sistema que monitora atividade física -, no telefone celular e nas redes sociais em busca de pistas sobre o que aconteceu com ela.
Rahn disse que os investigadores falaram com centenas de pessoas e receberam mais de 4.000 dicas. As investigações ganharam novos rumos nas últimas duas semanas, quando encontraram uma pessoa com um sistema de câmeras de segurança, enquanto faziam investigações em um bairro.
Os vídeos mostravam imagens de Tibbetts e de um Chevy Malibu Black que os investigadores rastrearam, conseguindo ligações com Bahena-Rivera. Ele foi uma das últimas pessoas a vê-la correndo, disse Rahn.
Os investigadores tiveram uma longa conversa com Bahena-Rivera, na segunda, depois de se aproximarem dele pela primeira vez. Ele disse que a viu correndo e contou como foi a perseguição. "Ele foi muito complacente", disse Rahn. "Estava disposto a conversar conosco."
Depois que a conversa terminou, Rivera os levou ao corpo em um milharal, disse Rahn. Caules foram colocados sobre o cadáver, disse Rahn. Os resultados de uma autópsia ainda estão pendentes e Rahn não especificou a causa da morte. Rivera está preso.