Cidade do México – O protesto liderado pelo candidato à Presidência do México Andrés Manuel López Obrador criou um caos no tráfego da capital do país, um dia depois de seus seguidores estabelecerem protestos permanentes pedindo uma nova apuração dos votos. Nos oito quilômetros do Paseo de la Reforma, interrompido pelos protestos, estão os principais hotéis da cidade, assim como as sedes de importantes instituições públicas como a Procuradoria Geral da República e a Bolsa de Valores do México.

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A coalizão de esquerda "Pelo bem de todos", liderada pelo Partido da Revolução Democrática (PRD) de López Obrador, instalou 47 acampamentos no domingo na Cidade do México. O grupo disse que manterá os protestos até que o Tribunal Eleitoral do Poder Judiciário da Federação aprove uma nova apuração "voto a voto" das eleições de 2 de julho.

López Obrador passou a noite em um desses acampamentos, instalado no Zócalo, a maior praça do país. Ele ameaça endurecer os protestos caso sua reivindicação não for atendida.

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O conservador Felipe Calderón, do Partido de Ação Nacional (PAN), vencedor das eleições de 2 de julho por menos de 1% de vantagem, considera a manifestação apelativa. Até ontem, não houve ocorrências policiais sérias, segundo informações oficiais.

"É uma pena que isso aconteça com a complacência do governador Alejandro Encinas, que infelizmente deixou suas obrigações de lado e se transformou em mais um ativista da campanha de López Obrador", disse o porta-voz do PAN, César Nava.

O secretário de governo do Distrito Federal, Ricardo Ruiz, afirmou que, apesar dos protestos, a liberdade de circulação não foi afetada, pois existem vias alternativas liberadas para trânsito. O secretário anunciou que o governo não utilizará violência contra os manifestantes.

O Tribunal Eleitoral tem até o dia 31 de agosto para avaliar os recursos contra o resultado das eleições e até 6 de setembro para anunciar o novo presidente eleito.

Os resultados das eleições já foram contados duas vezes. Na segunda contagem, a diferença entre Obrador e Calderón caiu, para pouco mais de 243 mil votos. O fato encorajou os questionamentos, que completam hoje um mês e ameaçam prolongar o mandato do presidente Vicente Fox.

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