Mais da metade dos votos emitidos nas eleições presidenciais de domingo passado no México serão recontadas, uma porcentagem muito superior às previsões iniciais, anunciou nesta quarta-feira (4) o secretário-executivo do Instituto Federal Eleitoral (IFE), Edmundo Jacobo.
Será necessário recontar 54,5% das urnas eleitorais, que correspondem a 78.012 mesas de votação. Isso supera amplamente a previsão inicial de 45 mil a 50 mil mesas de votação, ou um terço dos votos, segundo cálculos do IFE divulgados nesta terça-feira.
A apuração de votos no México ocorre por várias razões, tanto por condições fixadas na lei, como uma diferença igual ou menor a 1% entre o primeiro e segundo lugar ou por inconsistências que possam ter ocorrido nas urnas de votação.
O anúncio foi feito em entrevista coletiva do IFE poucas horas após o início da contagem oficial dos votos, a partir das urnas de votação ou pela apuração de cédulas que seja preciso realizar.
"Trata-se do exercício de maior abertura, transparência e máxima publicidade na história eleitoral do país", afirmou o secretário-executivo do IFE.
Ele informou que, na eleição para senadores, haverá recontagem dos votos em 61,3% das mesas de votação, enquanto na de deputados federais, 60,3%.
Segundo Jacobo, a expectativa é que até esta quinta-feira, às 9h10 locais (11h10 de Brasília), seja concluído o cômputo dos votos da eleição presidencial, tanto pelo assentamento dos dados anotados nas urnas como pela apuração de sufrágios.
Esses dados, no entanto, ficarão pendentes das apelações que possam ser apresentadas pelos partidos políticos, e que terão de ser resolvidas nos tribunais eleitorais.
O aumento na previsão de votos que serão novamente contados surge do acordo aprovado nesta madrugada pelo IFE para estender os critérios de interpretação da lei para ampliar o número de sufrágios que serão contados outra vez.
Preliminares
Até hoje, só são conhecidos os dados preliminares da votação, anunciados na segunda-feira passada, que dão a vitória ao candidato presidencial Enrique Peña Nieto, do Partido Revolucionário Institucional (PRI), com 38,14% dos votos.
O esquerdista Andrés Manuel López Obrador, que ficou em segundo lugar nesse dado preliminar, com 31,64% dos votos, exigiu nesta terça-feira que o IFE faça uma apuração total de sufrágios, mas a decisão ficou nas mãos dos respectivos distritos eleitorais.