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Políticos do Canadá e do México responderam nesta terça-feira (26) ao comentário do presidente eleito dos Estados Unidos, Donald Trump, de que vai impor tarifas de 25% sobre importações dos dois países no seu primeiro dia de mandato – ele toma posse em 20 de janeiro – caso não tomem medidas para coibir o tráfico de fentanil e a imigração ilegal.
Segundo informações da CNN, a presidente do México, Claudia Sheinbaum, disse numa coletiva de imprensa que “nem ameaças nem tarifas resolverão a questão da migração ou do consumo de drogas nos Estados Unidos”.
“Cooperação e entendimento compartilhado são necessários para enfrentar esses desafios importantes”, afirmou Sheinbaum. “Impor uma tarifa significaria que outra viria em resposta, continuando assim até colocarmos empresas compartilhadas em risco”, acrescentou a presidente.
“Por exemplo, alguns dos maiores exportadores do México para os Estados Unidos são a General Motors, Stellantis e Ford Motor Company, que chegaram ao México há 80 anos”, disse Sheinbaum. “Por que impor um imposto que os coloca em risco? É inaceitável e causaria inflação e perdas de empregos no México e nos Estados Unidos.”
Já o ministro da Indústria do Canadá, François-Philippe Champagne, declarou nesta terça-feira que Ottawa deixará claro a Washington que “não deve confundir a fronteira mexicana com a canadense”.
“Estamos muito conscientes de que precisamos proteger a nossa fronteira. Estamos fazendo isso. Estamos fazendo isso em conjunto com os Estados Unidos”, explicou Champagne, acrescentando que “o mais importante será defender os interesses dos trabalhadores e da indústria canadenses”.
Por sua vez, Doug Ford, chefe de governo de Ontário, a província mais industrial do Canadá, declarou nesta terça-feira que é um “insulto” que os EUA “misturem” o Canadá com o México.
“Comparar-nos com o México é a coisa mais insultante que já ouvi dos nossos amigos [americanos]”, disse Ford.
Na semana passada, Ford já havia solicitado a expulsão do México do Acordo Estados Unidos-México-Canadá (T-MEC) antes de Trump chegar à Casa Branca.
A ideia de Ford foi apoiada por muitos dos chefes de governo provinciais, que temem que a imposição de tarifas de 25% pelos EUA provoque uma recessão no país.
O primeiro-ministro canadense, Justin Trudeau, anunciou esta terça-feira que se reunirá com os chefes de governo provinciais do país para responder às tarifas anunciadas ontem por Trump contra o Canadá.
Trudeau disse aos meios de comunicação locais que, após o anúncio de Trump, teve uma “boa” conversa por telefone com o político republicano na noite de segunda-feira (25).
“Foi uma boa conversa. É algo que podemos fazer. Apresentar os fatos, avançar de formas construtivas”, declarou Trudeau, antes de se reunir com o grupo parlamentar do governista Partido Liberal. A reunião com os chefes de governo provinciais acontecerá de forma virtual na quarta-feira (27).
Nesta terça-feira, o dólar canadense desvalorizou quase 1% face ao dólar americano em reação às ameaças tarifárias.
Na segunda-feira, Trump escreveu na rede Truth Social que a tarifa de 25% sobre importações do México e do Canadá permanecerá em vigor “até que as drogas, em particular o fentanil, e todos os imigrantes ilegais parem esta invasão do nosso país!”.
“Tanto o México quanto o Canadá têm o direito e o poder absolutos de resolver facilmente este problema de longa data. Por meio desta mensagem, exigimos que eles usem este poder e, até que o façam, é hora de pagarem um preço muito alto!”, disse o republicano.