O México está perto de completar sua maior reforma no setor de telecomunicações em mais de duas décadas. Neste sábado o Senado mexicano aprovou um projeto que tem como intenção aumentar a concorrência do setor, altamente concentrado. Se for aprovado da Câmara dos Deputados nos próximos dias, como é esperado, o projeto vai concluir um processo de reformulação iniciado pelo presidente Enrique Peña Nieto há mais de um ano. As novas regras pretendem fortalecer o órgão regulador de telecomunicações e estabelecer duras sanções e restrições antitruste.
Atualmente, A América Móvil, dona da Telmex, privatizada em 1990 e comprada pelo magnata mexicano Carlos Slim, detém 70% da telefonia fixa e móvel do país. No segmento de TV, o Grupo Televisa também controla cerca de 70% do mercado de transmissão do México.
Segundo analistas, a aprovação do projeto deve desencadear uma série de movimentos corporativos nos próximos meses. A expectativa é de que novas companhias entrem no mercado mexicano e de que as empresas já atuantes também iniciem operações de fusão e aquisição, melhorando as condições de concorrência.
A espanhola Telefónica, segunda maior companhia de telefonia móvel do mundo, já disse estar interessada em ampliar sua presença no México. "A estratégia mais lógica seria a de procurar uma fusão com jogadores menores como Axtel ou Nextel para estar em posição de competir com (as empresas de) Slim", avalia Jorge Negrete, diretor da empresa de consultoria de telecomunicações Mediatelecom.
A aprovação da reforma no setor de telecomunicações também é um teste para o presidente Nieto, que enfrenta rejeição em relação à sua política econômica depois de o México ter crescido apenas cerca de 1% ao longo de seus primeiros 16 meses de governo. As reformas estruturais para aumentar a concorrência nos os setores de energia e telecomunicações, incluindo a entrada de empresas estrangeiras, é uma das bases do seu governo.
Inicialmente prevista para dezembro do ano passado, o atraso da aprovação impactou o setor e economia do México como um todo nos últimos meses. Devido à insegurança jurídica, o governo estima que os investimentos no segmento de telecomunicações caíram cerca de 17% em 2013 em comparação com o ano anterior.
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