Um grupo de autodefesas do estado de Guerrero, no México, que procura pelos 43 estudantes desaparecidos em Iguala, encontrou outras seis fossas clandestinas com restos humanos em um local denominado Monte Hored, informou nesta quinta-feira à Agência Efe uma fonte dessa organização.
O porta-voz da União de Povos e Organizações do Estado de Guerrero (UPOEG), o advogado Manuel Vázquez Quintero, contou que em cinco das fossas foram encontrados restos mortais e a sexta, "era nova e se via que estava pronta para ser usada".
"Graças à informação da inteligência comunitária, a colaboração e a participação da população, nós, incluindo as autoridades municipais, fomos para o local depois de moradores dizerem ter escutado ruídos por essa parte", disse.
Vázquez comentou que na região, que fica a um quilômetro e meio do lugar onde outras quatro fossas foram descobertas no último dia 16, é uma área de floresta, o que dificultou sua localização.
"Encontramos cabelo, restos mortais ainda com carne, e nos arredores achamos roupa com sangue, uniformes como os de escola de ensino médio, sapatos, dinheiro e até garrafas vazias de cerveja", disse, ao esclarecer que todos os indícios foram comunicados às autoridades federais e à Comissão Nacional de Direitos Humanos.
Monte Hored, ao norte de Iguala, é uma das áreas mais inseguras do município, segundo os moradores.
Nesta quinta-feira o governador de Aguirre anunciou sua renúncia ao cargo para "favorecer o clima político" que permita resolver o escândalo do desaparecimento, que explodiu há quase um mês.
"A prioridade deve ser continuar com a busca dos jovens desaparecidos e garantir que os responsáveis por estas graves violações dos direitos humanos sejam punidos", disse Aguirre.
Sua saída era uma das principais reivindicações dos familiares dos 43 alunos da Escola Normal de Ayotzinapa e de seus colegas, que protagonizaram vários protestos para exigir informações sobre o paradeiro dos jovens.
Na noite de 26 de setembro, policiais de Iguala e do município vizinho de Cocula atiraram nos estudantes da escola Normal de Ayotzinapa por ordens do então prefeito de Iguala, José Luis Abarca, deixando seis pessoas mortas e outras 25 feridas.
Além disso detiveram 43 estudantes, que foram entregues a membros da gangue Guerreros Unidos. Depois disso os estudantes nunca mais foram vistos.
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