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As autoridades do México identificaram, até ontem, pelo menos 15 dos 72 mortos em um massacre no país. O subprocurador de Justiça do Estado de Tamaulipas, Jesús de la Garza, disse à emissora de TV Milênio que oito das vítimas identificadas eram de Honduras, quatro de El Salvador, duas da Guatemala e uma do Brasil. O grupo foi aparentemente morto por membros do cartel Los Zetas quanto tentava imigrar para os Estados Unidos.

O trabalho de identificação continua, em uma funerária de San Fernando, resguardada por membros da Marinha do México armados com fuzis. Segundo as informações iniciais de autoridades mexicanas, quatro dos mortos eram brasileiros.

O porta-voz de segurança do governo federal, Alejandro Poiré, disse à Radio W que aparentemente os imigrantes foram assassinados após se negarem a colaborar com Los Zetas. "O que este episódio revela, com a informação de que dispomos até agora é uma modalidade de recrutamento forçado", explicou. "Nem sequer é um sequestro com intenção aparentemente pecuniária, mas sim forçá-los a participar nas estruturas do crime organizado."

As vítimas foram encontradas na terça-feira, em uma fazenda perto de San Fernando, cidade de 30 mil pessoas no Estado de Tamaulipas. Há diplomatas de Brasil, El Salvador, Equador e Honduras em San Fernando para acompanhar os trabalhos de identificação.

Nesta sexta-feira, o jornal Reforma informou em seu site que dois funcionários estaduais encarregados da investigação do massacre haviam desaparecido, no dia anterior. Caso se confirme que Los Zetas foi o grupo responsável pelo crime, este será o episódio mais sangrento desde que o presidente Felipe Calderón lançou uma ofensiva contra o narcotráfico no país, no fim de 2006. Mais de 28 mil pessoas morreram desde então em incidentes relacionados ao tráfico de drogas no México.

Calderón disse que o caso é um novo sinal de que os cartéis estão sendo prejudicados pela ofensiva com milhares de soldados e policiais federais e assim buscam de modo desesperado meios alternativos de conseguir dinheiro. Já ativistas pelos direitos dos imigrantes atribuem a violência à indiferença governamental.

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