A Procuradoria-Geral de Justiça de Nuevo León, estado localizado no Norte do México, investiga a morte e o desaparecimento de 18 integrantes da banda Kombo Kolombia, grupo mexicano de vallenato.
Segundo o porta-voz da Segurança de Nuevo León, Jorge Domene, quatro corpos de integrantes do grupo já foram identificados por parentes nessa segunda-feira (28). Os cadáveres estavam com marcas de balas e foram encontrados junto a mais oito corpos em um poço perto do município de Mina, que fica a 52 quilômetros de Monterrey, a capital de Nuevo León.
Os integrantes da Kombo Kolombia desapareceram na madrugada da última sexta-feira (25), após um show em uma festa privada na cidade de Hidalgo, em Nuevo León. Segundo o porta-voz da Segurança, os integrantes do grupo foram capturados por homens armados após o término da apresentação e levados em caminhonetes.
O grupo teria sido interrogado sobre a distribuição de drogas na região. As informações foram repassadas à polícia por um dos integrantes da banda que conseguiu escapar. Um dos mortos é o colombiano Eimer Iván Cuellar que era tecladista da banda. Ele era o único estrangeiro na Kombo Kolombia, especializada no gênero musical vallenato.
Casos de assassinatos e violência contra músicos são recorrentes no México. No ano passado, foram registrados pelo menos cinco assassinatos de artistas. Em 2010, o cantor Sergio Vega conhecido como "El Shaka" também foi morto, após levar um tiro em uma apresentação. O Sindicato Nacional de Músicos do México disse à Agência Brasil que os casos de violência fizeram com que a categoria começasse a tomar alguns cuidados para participar de shows e eventos.
Segundo Jorge Léon, um dos dirigentes do sindicato, a contratação de seguranças para os músicos durante os eventos tem sido uma exigência para os contratantes. Além disso, todos os associados têm seguro de vida. "Nós também recomendamos aos nossos associados que eles escolham bem os shows e casas de espetáculo em que vão tocar. Não aprovamos a participação em festas financiadas pelo dinheiro do tráfico de drogas", defende.
León enfatiza que apesar dos casos ocorridos e da precaução quanto à segurança, a entidade não tem medo. "A maioria dos casos de morte que acompanhamos é de artistas que aceitaram participar de lavagem de dinheiro do tráfico e que se envolveram na ilegalidade", disse.