Quando a caravana de migrantes da América Central, formada principalmente por hondurenhos, deixou a fronteira entre o México e a Guatemala, caminhando para o Norte em meio ao calor, ficou claro que o grupo havia aumentado em número. "Acreditamos que há pelo menos 5,6 mil agora, e esperamos que mais se juntem a nós" na cidade vizinha de Tapachula (Sul do México), disse Rodrigo Aveja, um dos organizadores do grupo.
O grupo parece ter pelo menos o dobro do tamanho da caravana que partiu de San Pedro Sula, em Honduras, no dia 13 e chegou ao México na sexta, provocando indignação do presidente Donald Trump, que defende a política de separação das famílias de imigrantes sem documentos quando estas chegarem aos Estados Unidos.
Durante a manhã de domingo, as autoridades no México pouco fizeram para impedir que o grupo entrasse no país a partir da Guatemala. A maioria dos membros da caravana cruzou a fronteira ilegalmente por jangada.
As autoridades mexicanas observaram os imigrantes chegarem na sexta, mas permitindo que eles prosseguissem até a praça central de Ciudad Hidalgo, onde os centro-americanos realizavam uma reunião informal, aplaudindo "Si, se puede" (sim, se pode, em espanhol), cada vez mais migrantes chegavam.
A fronteira entre o México e a Guatemala é porosa há muito tempo. Na maioria dos dias, as mercadorias são negociadas por meio de jangadas, enquanto as autoridades de ambos os países carimbam os passaportes na ponte que serve de ligação entre os dois países.
Nunca foi difícil para os migrantes cruzar a fronteira e a chegada da caravana tornou a fiscalização ainda mais difícil, apesar do reforço de policiais federais ao México.
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Mas no domingo à tarde, a polícia montou dois postos de controle e pareceu preparada para bloquear os migrantes. "Estamos aqui para fazer cumprir as leis de nosso país", disse um policial sênior, que não quis dar seu nome.
O presidente americano, Donald Trump, usou sua conta no Twitter neste domingo para reforçar críticas à caravana que tenta chegar aos Estados Unidos. "Todos os esforços estão sendo feitos para impedir que o ataque de estrangeiros ilegais atravesse a fronteira sul. As pessoas têm que solicitar asilo primeiro no México e, se elas não o fizerem, os EUA as recusarão", escreveu na rede social.
Trump afirmou ainda que "as Caravanas são uma desgraça para o Partido Democrata" e pediu a alteração das leis de imigração "agora", além de dizer que "os tribunais estão pedindo aos EUA que façam coisas que não são possíveis".