A ministra das Relações Exteriores do México, Alicia Bárcena, disse que a Venezuela é capaz de resolver sozinha sua crise por ser “uma comunidade muito capaz e muito bem preparada”| Foto: EFE/Sáshenka Gutiérrez
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A ministra das Relações Exteriores do México, Alicia Bárcena, afirmou nesta sexta-feira (27) que a postura do governo de Andrés Manuel López Obrador, nos seus últimos dias como presidente, agora é de “não intervenção” na crise na Venezuela.

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México, Brasil e Colômbia vinham pedindo que o Conselho Nacional Eleitoral (CNE) divulgasse as atas de votação da eleição de 28 de julho, que o órgão chavista diz ter sido vencida pelo ditador Nicolás Maduro.

A oposição sustenta que seu candidato, Edmundo González, venceu o pleito e divulgou num site cópias das atas para comprovar. Estados Unidos, Argentina e outros países consideram o oposicionista o verdadeiro vencedor da eleição.

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“Acreditamos que a comunidade internacional deve dar aos venezuelanos a oportunidade de tomarem as suas próprias decisões com uma certa soberania (…). Somos um país cujo princípio é a não intervenção e o respeito pela soberania de outros países”, disse Bárcena numa coletiva de imprensa em Nova York, onde participa da semana de alto nível da ONU.

Segundo informações da agência EFE, a chanceler mexicana disse que a crise na Venezuela é um “problema nacional” que se tornou um “problema internacional”, mas que a gestão de López Obrador (que será substituído na próxima semana pela correligionária Claudia Sheinbaum) acredita que a sociedade venezuelana poderá resolvê-la sozinha, por ser “uma comunidade muito capaz e muito bem preparada”.

“Brasil, México e Colômbia haviam se unido não para pressionar, mas para realmente pedir a publicação das atas e dos resultados das eleições na Venezuela (…). Os três países, México, Colômbia e Brasil, estão em completo acordo de que esta tem que ser uma decisão venezuelana”, disse Bárcena.

Em agosto, López Obrador já havia descartado a continuidade das conversas com os presidentes Luiz Inácio Lula da Silva e Gustavo Petro, da Colômbia, sobre a crise venezuelana.