Militares mexicanos capturaram nesta quarta-feira (25) um lugar-tenente do cartel de drogas dos irmãos Beltrán Levya. Héctor Huerta Ríos, apelidado de La Burra, foi detido nas proximidades da cidade de Monterrey, no norte do país, com quatro guarda-costas, informou o chefe de operações do Estado-Maior da Defesa, general Luis Arturo Oliver. Trata-se da primeira prisão desde a publicação, na segunda-feira, de uma lista de recompensas milionárias com os nomes dos principais líderes do narcotráfico. A prisão foi anunciada horas antes da chegada da secretária de Estado norte-americana, Hillary Clinton, ao país.
Huerta era um dos 13 nomes pelos quais o governo oferecia até 15 milhões de pesos mexicanos (US$ 1 milhão) pela captura. As autoridades não informaram se alguém receberá o valor por essa prisão. Huerta é considerado o principal operador dos irmãos Beltrán Levya, que agem no Estado de Nuevo León, no norte do país, fronteiriço ao Estado norte-americano do Texas. Ele tinha como tarefa fazer pactos com o rival cartel do Golfo para dividir operações e evitar enfrentamentos, segundo a procuradoria.
Os militares também apreenderam três fuzis de assalto, uma submetralhadora, quatro pistolas e quatro granadas de fragmentação, além de 18 luxuosos veículos. O general disse que também foram localizados US$ 12.480 e 8 mil pesos (US$ 530) em dinheiro.
Na segunda-feira, a Procuradoria-Geral da República mexicana divulgou a lista com as maiores recompensas previstas até então pelo governo. A atual administração se comprometeu a pagar até 30 milhões de pesos (US$ 2,1 milhões) pela captura de cada um dos 24 líderes de cartéis do país. A prisão de cada lugar-tenente dos grupos prevê um pagamento de até 15 milhões de pesos (US$ 1 milhão). Foram listados 13 deles, de três dessas organizações.
Segundo a lista, operam no México seis grandes cartéis: o do Golfo (Zetas), o do Pacífico, o dos Beltrán Levvya, o dos Carrillo Fuentes, o da Família e o dos Arellano Félix. Outros dois nomes da lista já haviam sido capturados, Vicente Zambada Niebla, apelidado El Vicentillo, um dos líderes do cartel do Pacífico, e Sigifredo Nájera Talamantes, El Canicón, lugar-tenente do cartel do Golfo. Segundo a polícia, a lista foi elaborada para ser publicada dias antes da prisão dos dois.
Visita
A passagem de Hillary pelo México tem uma agenda abrangente, mas dominada pelo problema do narcotráfico. Os Estados Unidos temem que a violência aumente ainda mais e cruze as fronteiras. Ontem, a administração do presidente norte-americano, Barack Obama, anunciou o envio de US$ 700 milhões para o combate ao narcotráfico no México, dentro da chamada Iniciativa Mérida. Hillary deve passar por Cidade do México e Monterrey, em sua visita de dois dias
No avião para a capital mexicana, Hillary disse que o desejo insaciável dos EUA por drogas ilícitas e a incapacidade de o país evitar o contrabando pioravam o quadro de violência no México. Ela disse que Washington trabalhará em parceria com o vizinho para melhorar a segurança dos dois lados da fronteira. Porém, os funcionários norte-americanos sustentam que a agenda não estará apenas focada nesse problema - também serão discutidos temas como comércio, mudanças climáticas e a crise financeira internacional
Entre os temas que dividem o país está a decisão norte-americana de suspender o acesso de caminhoneiros mexicanos aos EUA, uma restrição que pode afetar o comércio anual de US$ 2,4 bilhões. O governo mexicano reagiu impondo tarifas a 89 produtos norte-americanos. Funcionários mexicanos informam que morreram 6.290 pessoas na violência causada pelo narcotráfico no ano passado. Mais de mil morreram nos primeiros dois meses de 2009. O plano dos EUA inclui o fortalecimento da presença policial na fronteira e a cooperação com o México, cedendo tecnologia, equipamentos e dinheiro para o combate aos traficantes.
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