Senadores tiveram até que mudar local da votação para aprovar contestada reforma judicial que havia sido proposta pelo presidente López Obrador| Foto: EFE/Isaac Esquivel
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Durante sessão tumultuada, com bate-boca entre senadores, acusações ao Executivo e até mudança do local de votação, o Senado do México aprovou na madrugada desta quarta-feira (11) a contestada reforma judicial proposta pelo presidente Andrés Manuel López Obrador, que estipula que juízes sejam escolhidos por voto popular.

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O projeto, que havia sido apresentado pelo mandatário esquerdista em fevereiro e aprovado na semana passada na Câmara dos Deputados, teve 86 votos favoráveis, incluindo um da oposição, e 41 contrários.

O voto “traidor” foi do senador Miguel Ángel Yunes Márquez, do oposicionista Partido de Ação Nacional (PAN), que antes havia se posicionado contra a proposta, segundo informações da agência Associated Press.

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Na terça-feira (10), manifestantes contrários ao projeto invadiram o plenário do Senado mexicano, o que fez o presidente da casa, Gerardo Fernández Noroña, transferir a sessão para a mansão Xicotencátl, antiga sede da câmara alta.

A oposição alegou na terça-feira que alguns dos seus senadores e parentes foram presos ou pressionados por autoridades policiais de estados governados pelo grupo político de Obrador para que não votassem nesta quarta-feira, de acordo com informações do jornal espanhol El País.

O projeto prevê duas eleições com voto popular para renovação dos cargos do Judiciário mexicano, a primeira delas em junho de 2025.

A proposta também prevê reduzir o número de ministros da Suprema Corte de 11 para nove e diminuir o seu mandato de 15 para 12 anos, entre outros pontos.

Na manhã de quarta-feira, Obrador comemorou a aprovação da reforma. “Vamos avançar muito quando o povo de maneira livre, o povo do México, eleger os juízes, os magistrados, os ministros [da Suprema Corte], acredito que vamos avançar no México e vamos dar um exemplo para o mundo”, disse, durante coletiva de imprensa.

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A medida é encarada pela oposição e pela imprensa mexicanas como uma retaliação de Obrador ao Judiciário após derrotas que sofreu nos tribunais. Em março do ano passado, a Suprema Corte do país vetou uma criticada reforma eleitoral que o presidente tentava implementar.

A presidente eleita do México, Claudia Sheinbaum, que tomará posse em 1º de outubro e que é do mesmo partido de Obrador, também elogiou a aprovação da reforma.

“Parabenizo os senadores do nosso movimento [Morena] pela aprovação da reforma judicial. Com a eleição de juízes, magistrados e ministros [da Suprema Corte], a administração da Justiça no nosso país ficará fortalecida”, escreveu Sheinbaum no X, segundo a agência EFE.

Infográficos Gazeta do Povo[Clique para ampliar]