Cidade do México Ainda que no próximo domingo o centro-esquerdista Andrés Manuel López Obrador ganhe a Presidência mexicana, uma coisa está clara: a relação entre México e Estados Unidos seguirá sendo um matrimônio por conveniência. Simpatias à parte, o novo governo não poderá quebrar lanças com Washington pelo peso da vizinhança e pela interdependência que existe entre as duas nações. O próprio Obrador se encarrega de negar o rompimento.
A agenda da política exterior mexicana está condicionada à sua intimidade geográfica, ao intenso fluxo comercial sob as sombras do Tratado de Livre Comércio da América do Norte (TLCAN), e ao grande número de trabalhadores que emigra a cada ano aos Estados Unidos.
Os dois Estados compartilham 3,2 mil quilômetros de fronteira. Além disso, existem cerca de 11 milhões de mexicanos nos EUA, metade deles de maneira ilegal e em busca de uma regularização migratória no Congresso norte-americano.
López Obrador, que chega às urnas com cerca de cinco pontos de vantagem sobre o conservador Felipe Calderón nas pesquisas eleitorais, propõe uma política exterior "prudente" e uma relação de respeito com os Estados Unidos e com os demais países do mundo, onde ninguém incomode a ninguém.
"A melhor política exterior é a interior", repete o candidato de 52 anos, que não tem passaporte, não fala inglês e que há mais de uma década não sai do México. O candidato de esquerda assinala que tem muito o que fazer em seu país.
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