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Familiar de um dos passageiros do voo MH370 passa mal e é levada de maca para um ambulância, em Pequim | Kim Kyung-Hoon/Reuters
Familiar de um dos passageiros do voo MH370 passa mal e é levada de maca para um ambulância, em Pequim| Foto: Kim Kyung-Hoon/Reuters

Dados

Cálculo inédito foi feito pela empresa britânica de satélites Inmarsat e pelo Escritório de Investigação de Acidentes Aéreos britânico:

• Embora o radar do avião tenha sido desligado, satélite continuou captando série de sinais automáticos (pings), normalmente utilizados para sincronizar horários. Concluiu-se que o MH370 voou por ao menos 5 horas após deixar espaço aéreo malaio

• Analisando os pings a partir do efeito Doppler [que observa mudanças de frequência relacionadas à distância em relação a um ponto fixo e o satélite da Inmarsat], foi concluído que o avião poderia prosseguir por dois arcos (um ao norte, outro ao sul)

• Comparando as rotas encontradas com a trajetória de outros aviões que já haviam feito caminhos similares, a Inmarsat conclui que o avião foi em direção sul

• O último ping foi dado pouco antes de o avião estar totalmente sem combustível. Nessa hora, a aeronave estava no meio do Oceano Índico, sem um local para pousar

Fonte: Folhapress

  • Mulher reage ao ouvir anúncio do primeiro-ministro malaio

Numa mensagem cheia de lacunas, que deixa ainda várias perguntas sem resposta, a Malásia concluiu que o Boeing 777 da Malaysia Air­lines – desaparecido há mais de duas semanas com 239 pessoas a bordo – caiu em um ponto remoto do Oceano Índico sem deixar sobreviventes.

INFOGRÁFICO: Confira os locais em que as equipes tentavam localizar o avião

Agarrados a um fio de esperança após 16 dias de investigações, parte dos familiares recebeu a notícia ontem em uma mensagem de texto para telefones celulares.

"A Malaysia Airlines lamenta profundamente ter de supor, sem qualquer sombra de dúvida, que o voo MH370 foi perdido e que nenhum dos passageiros sobreviveu. Como dirá o primeiro-ministro da Ma­lá­sia, na próxima hora, nós temos de aceitar que todas as evidências indicam que o avião caiu no sul do Oceano Ín­dico", dizia o texto.

Cerca de meia hora depois, o premiê da Malásia, Najib Razak, foi a público para confirmar o anúncio.

A notícia causou uma explosão de desespero e incredulidade entre parentes de passageiros na China, origem de 154 dos 239 a bordo.

No hotel de Pequim onde os parentes estavam instalados desde o desaparecimento, houve choro compulsivo, desmaios e gritos de revolta. Ambulâncias foram ao local para atender alguns que tiveram colapsos nervosos. Muitos se recusavam a acreditar na notícia.

Nas duas semanas de angústia vivida pelos parentes, a escassez de informações e a série de alarmes falsos produziram uma enorme desconfiança em relação às autoridades da Malásia, além de toda sorte de especulações.

"Eles mataram todos para esconder alguma coisa", uma mulher em prantos gritava no hotel em Pequim. "Minhas crianças não morreram. Elas devem estar escondidas em algum lugar. Como eu posso confiar nesse governo?"

Após o anúncio, o governo chinês, que não escondeu sua insatisfação com os rumos da investigação, também quis saber mais.

O vice-chanceler, Xie Hang­sheng, imediatamente exigiu os dados de satélites que levaram à conclusão da Malásia.

Segundo o premiê malaio, novas análises fornecidas pela empresa britânica de satélites Inmarsat indicavam que o voo MH370 "terminou" no sul do Índico.

Os dados da Inmarsat mostram que a última posição conhecida do avião era o oceano Índico, a oeste de Perth, na Austrália.

Cronologia

Os 16 dias desde o desaparecimento do avião da Malaysia Airlines:

8/3 – Malaysia Airlines reporta, às 2h40 (horário local), que o voo MH370, que ia para Pequim, estava desaparecido. O Boeing 777 havia decolado em Kuala Lumpur, na Malásia, duas horas antes, com 239 passageiros à bordo.

9/3 – Primeiras buscas por destroços do avião ocorreram no mar ao Sul do Vietnã, região onde o voo foi visto no radar pela última vez.

10/3 – Chefe da polícia da Malásia admite a presença de dois iranianos no voo que viajaram com passaportes roubados, mas descarta ligação com grupos terroristas.

11/3 – Um radar militar sugere que o voo pode ter feito um desvio à Oeste, fora da rota planejada para chegar a Pequim.

12/3 – Embaixador da Malásia em Pequim revela que a última comunicação do piloto com uma torre de controle aéreo da Malásia foi: "Tudo bem, boa noite", após ser informado que o controle estava sendo transferido a uma torre no Vietnã.

15/3 – Buscas pelo avião entram na segunda semana, ainda sem pistas concretas do que pode ter acontecido. Aviões e navios de mais de 12 países estão envolvidos na procura.

20/3 – Austrália anuncia ter localizado via satélite dois objetos que podem ser destroços do voo MH370, no sul do Oceano Índico, redefinindo o perímetro principal das buscas. Um dos objetos mede 24 metros.

21/3 – Com o perímetro redefinido, buscas por destroços do voo MH370 no Oceano Índico são prejudicadas por más condições do tempo na região. Nenhum dos objetos vistos pelo satélite australiano é encontrado.

22/3 – Imagens divulgadas por um satélite chinês também mostram objetos flutuando no Oceano Índico, que podem ser destroços do avião desaparecido.

23/3 – Terceira pista de possíveis destroços localizados via satélite é divulgada por autoridades francesas.

24/3 – Em entrevista coletiva, o primeiro-ministro da Malásia anuncia oficialmente que o avião caiu no Oceano Índico e que não há sobreviventes.

Fonte: BBC/Gazeta do Povo.

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