A Organização das Nações Unidas (ONU) anunciou nesta terça-feira (23) que o Governo de Mianmar (antiga Birmânia) aceitou antecipar para a primeira semana de novembro o retorno ao país do enviado especial da organização, Ibrahim Gambari.

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A porta-voz da ONU, Michèle Montas, indicou que a cidade de Yangun "aceitou antecipar o convite aberto" feito ao enviado especial da entidade, que tinha previsto chegar ao território apenas na metade de novembro.

Montas informou que ainda desconhece a data exata da viagem, que ocorrerá após um traslado de Gambari pela Ásia.

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O secretário-geral da ONU, o sul-coreano Ban Ki-moon, e vários países-membros do Conselho de Segurança tinham expressado nos últimos dias desejo de que Gambari retornasse o mais rápido possível a Yangun, para seguir com sua mediação em favor de um diálogo interno que leve à democracia.

O enviado especial já fez uma visita em caráter de urgência a Mianmar há quase um mês, depois de a Junta Militar que controla o país ter reprimido brutalmente uma onda de protestos liderada por monges budistas.

Relator brasileiro

Nesta segunda-feira (22), o governo militar de Mianmar concordou em receber o brasileiro Paulo Sérgio Pinheiro, relator especial da ONU, no país. Em uma carta ao secretário-geral, Ban Ki-moon, a Junta Militar sugeriu que Pinheiro visitasse o país antes da reunião da Associação dos Países do Sudeste Asiático (ASEAN), que irá ocorrer em 17 de novembro.

No dia 9 de outubro, o presidente do Conselho de Direitos Humanos da ONU (CDH), o embaixador romeno Doru-Romulus Costea, havia pedido oficialmente à autoridades de Mianmar que permitissem a Paulo Sérgio Pinheiro visitar o país para investigar a recente repressão.

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O relator brasileiro foi proibido de visitar Mianmar desde 2003, quando interrompeu repentinamente a missão no país após descobrir que suas entrevistas com presos políticos estavam sendo gravadas por microfones escondidos.