A rede estatal de rádio e TV de Mianmar (ex-Birmânia), no sul da Ásia continental, anunciou nesta terça-feira, que o governo concederá anistia para mais de 6.359 prisioneiros. Possivelmente esta será a medida mais importante tomada pelo novo governo que foi empossado em março, com o apoio dos militares, em eleição controversa. Os veículos de comunicação estatais disseram que a libertação dos presos terá início nesta quarta-feira, feriado religioso no país, mas ainda não foi divulgado quantos presos políticos estarão entre os 6.359 anistiados pelo presidente Thein Sein.
O anúncio foi feito poucas horas depois que uma comissão de direitos humanos nomeado pelo governo pediu perdão para os "prisioneiros de consciência" do país", que são estimados em aproximadamente 2.000 pessoas. O pedido foi feito por meio de carta aberta publicada no jornal "Nova Luz", de Mianmar. No documento, esta Comissão Nacional de Direitos Humanos disse que se os prisioneiros "que não representam ameaça à estabilidade do Estado" fossem soltos, que poderiam participar da "construção da nação".
Além disso, na carta, a Comissão disse que o Secretário-geral da ONU, Ban Ki-moon, e governos dos EUA e da União Europeia pediam pela soltura dos "prisioneiros de consciência", em um raro reconhecimento oficial da existência de presos políticos.
Antes dessa decisão, Sein já havia sido aplaudido pelos observadores internacionais por realizar negociações diretas com a líder de oposição e Prêmio Nobel da Paz (1991), Aung San Suu Kyi, que foi liberada após 7 anos consecutivos de prisão domiciliar, dias depois das eleições em novembro de 2010. As informações são da Associated Press.
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