Os birmaneses encerraram ontem a primeira eleição legislativa desde 1990 com baixa participação. O voto foi visto como um gesto coreografado pela Junta Militar, que governa desde 1962, para permanecer no poder. Em um dos países mais opressores da Ásia, a disputa pelo Parlamento opunha, na prática, apenas dois movimentos apoiados pelos militares.
O novo Parlamento designará um presidente, a primeira figura civil de um país dirigido por militares desde 1962. Alguns analistas estimam que poderá ser o próprio general Than Shwe, atual homem forte da junta.
Horas depois do fechamento das urnas, não houve menção do pleito na mídia estatal, nenhum anúncio oficial de comparecimento ou dos ganhadores. O processo de contagem dos votos ocorre por um procedimento que não foi revelado pelo regime militar.
Os resultados devem ser divulgados hoje. Muitos birmaneses aptos a votar preferiram ficar em casa, duvidosos de sua capacidade de mudar o governo militar em um voto que o presidente dos EUA, Barack Obama, e o chanceler britânico, William Hague, descreveram como injusto e sem liberdade.
Cerca de 29 milhões de birmaneses estavam habilitados a designar o Parlamento nacional e as assembleias regionais. Alguns analistas consideram o pleito um primeiro passo, apesar de pequeno, para uma evolução do regime do general Than Shwe.
Deixe sua opinião