As autoridades militares de Mianmar (antiga Birmânia) restabeleceram ontem o acesso à internet em Yangun, a antiga capital, e também reduziram o toque de recolher noturno declarado no país por causa das grandes manifestações a favor da democracia.
Segundo a imprensa tailandesa, o toque de recolher foi reduzido para quatro horas, mas continuam proibidas as assembléias públicas de mais de cinco pessoas.
A medida coincide com a chegada a Bangcoc do enviado especial da ONU para Mianmar, Ibrahim Gambari, dentro de uma viagem que durante a essa semana o levará à Indonésia, Malásia e outros países da região.
A visita de Gambari corresponde aos esforços realizados no mês passado em Mianmar, onde pediu a Junta Militar para libertar todos os presos políticos e os detidos durante as manifestações pacíficas que desde o final de setembro abalaram o país asiático.
Segundo a Anistia Internacional, a Junta Militar continua detendo líderes dos protestos.
A organização humanitária denunciou a detenção de dois homens e uma mulher, membros do Grupo da Geração de Estudantes do 88, formado por ex-líderes estudantis que apoiaram as manifestações a favor da democracia em 1988, que acabaram com a morte de cerca de 3.000 pessoas.
As autoridades birmanesas admitiram que dez pessoas morreram durante a repressão e que foram detidos cerca de 2.700 manifestantes.