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Crise

Micheletti recua de ultimato ao Brasil

Zelaya recepciona o deputado Ivan Valente (PSol-SP) na embaixada brasileira: pressão pela volta do presidente deposto | Orlando Sierra/AFP
Zelaya recepciona o deputado Ivan Valente (PSol-SP) na embaixada brasileira: pressão pela volta do presidente deposto (Foto: Orlando Sierra/AFP)

Tegucigalpa - O presidente interino de Hon­­duras, Roberto Micheletti, re­­cuou do ultimato que havia im­­posto ao Brasil para decidir o destino do presidente deposto Manuel Ze­­laya, refugiado na em­­baixada brasileira em Teguci­­gal­­pa desde que voltou clandestinamente do exílio, há mais de uma semana. Mi­­cheletti ainda assegurou que deixará o cargo se as instituições de­­terminarem que Zelaya deve ser restituído.

O governo interino havia dado na semana passada dez dias para que o Brasil decidisse se concederia asilo a Zelaya ou o entregaria às autoridades locais, para que fosse julgado por traição. Militares cercaram a embaixada na semana passada, e o governo ameaçou retirar a imunidade diplomática do local se o Brasil não cumprisse o prazo. Mas Mi­­cheletti está sob crescente pressão da comunidade internacional e até de seguidores locais para resolver a crise e suspender o de­­creto que suspendeu liberdades civis e fechou dois veículos de comunicação simpáticos a Ze­­laya.

"Não faremos nada que viole os acordos internacionais que temos", disse Micheletti. "Eles (Zelaya e seus seguidores) podem ficar lá o quanto quiserem. Tudo o que precisamos é que o Brasil garanta que sua missão não seja usada para campanha política", acrescentou.

Um grupo de seis parlamentares brasileiros, que chegou on­­tem a Honduras, se reuniu ontem com diversos líderes políticos do país em uma missão que, segundo os próprios, tem como objetivo apenas "contribuir’’ com os es­­­­forços por uma saída negociada à crise.

Durante as primeiras reuniões, os parlamentares re­­forçaram o pedido do governo pelo respeito à integridade da embaixada do Brasil.

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