Acordo
Zelaya aceita responder à Justiça
Agência Estado
Montevidéu - O presidente deposto de Honduras, José Manuel Zelaya, afirmou que está "disposto" a responder às acusações feitas contra ele em seu país se for restituído à presidência e julgou como "insuficiente" a atuação dos Estados Unidos na crise hondurenha.
Tegucigalpa - O presidente interino de Honduras, Roberto Micheletti, recuou do ultimato que havia imposto ao Brasil para decidir o destino do presidente deposto Manuel Zelaya, refugiado na embaixada brasileira em Tegucigalpa desde que voltou clandestinamente do exílio, há mais de uma semana. Micheletti ainda assegurou que deixará o cargo se as instituições determinarem que Zelaya deve ser restituído.
O governo interino havia dado na semana passada dez dias para que o Brasil decidisse se concederia asilo a Zelaya ou o entregaria às autoridades locais, para que fosse julgado por traição. Militares cercaram a embaixada na semana passada, e o governo ameaçou retirar a imunidade diplomática do local se o Brasil não cumprisse o prazo. Mas Micheletti está sob crescente pressão da comunidade internacional e até de seguidores locais para resolver a crise e suspender o decreto que suspendeu liberdades civis e fechou dois veículos de comunicação simpáticos a Zelaya.
"Não faremos nada que viole os acordos internacionais que temos", disse Micheletti. "Eles (Zelaya e seus seguidores) podem ficar lá o quanto quiserem. Tudo o que precisamos é que o Brasil garanta que sua missão não seja usada para campanha política", acrescentou.
Um grupo de seis parlamentares brasileiros, que chegou ontem a Honduras, se reuniu ontem com diversos líderes políticos do país em uma missão que, segundo os próprios, tem como objetivo apenas "contribuir com os esforços por uma saída negociada à crise.
Durante as primeiras reuniões, os parlamentares reforçaram o pedido do governo pelo respeito à integridade da embaixada do Brasil.