Após meses de especulação, a popular ex-presidente chilena Michelle Bachelet anunciou nesta quarta-feira (27) sua candidatura à presidência, o que acelera a corrida eleitoral para a qual ela é favorita, segundo as pesquisas. Bachelet, a primeira mulher a governar o Chile, é considerada por seus partidários como a melhor candidata da coalizão opositora Concertación para enfrentar a direita. Ela voltou ao país depois de renunciar há alguns dias a seu cargo de diretora-executiva da ONU Mulher, em Nova York, nos Estados Unidos.
"Amigas e amigos, quando estive aqui eu disse a vocês: em março conversamos. Estou aqui diante de vocês cumprindo minha promessa. Estou aqui diante de vocês disposta a assumir esse desafio, que é pessoal, mas, sobretudo, coletivo, com alegria, com determinação e muita humildade. Tomei a decisão de ser candidata", disse ela a um grupo de simpatizantes, sob aplausos e assobios.
Uma pesquisa feita em janeiro pelo Centro de Estudos Públicos (CEP) revelou que 49% dos chilenos querem Bachelet como a próxima presidente, frente a 11% que votariam em Laurence Golborne, ex-ministro de Mineração e de Obras Públicas que liderou o famoso resgate dos 33 mineiros presos em uma mina do país.
A pediatra socialista, que governou o país entre 2006 e 2010, conseguiu que sua gestão fosse uma das mais populares do Chile graças a um estilo cordial e às políticas de benefícios sociais em um dos países mais estáveis da região. Contudo, seu legado foi manchado pela lenta resposta de seu governo às consequências do devastador terremoto seguido de um tsunami, em fevereiro de 2010.
Bachelet confirmou que concorrerá nas primárias da oposição, nas quais três políticos já anunciaram suas intenções de participar. O presidente chileno, o direitista Sebastián Piñera, que por lei não pode se reeleger, enfrenta baixa popularidade nas pesquisas, apesar de ter conseguido um crescimento econômico superior ao da gestão de Bachelet. Os ex-ministros Laurence Golborne e Andrés Allamand lutam para ser o candidato da centro-direita.