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O naufrágio de uma embarcação que cruzava o Canal da Mancha, em direção ao Reino Unido, resultou na morte de pelo menos 31 pessoas nesta quarta-feira (24), perto da costa de Calais, no norte da França, de acordo com autoridades locais. Equipes de resgate estão fazendo buscas para tentar localizar sobreviventes na região.
As prováveis causas da tragédia ainda são desconhecidas pelas autoridades, que não divulgaram a nacionalidade das vítimas.
Segundo o jornal inglês The Guardian, o primeiro-ministro britânico Boris Johnson realizará uma reunião de emergência sobre a tragédia no Canal.
O naufrágio acontece em meio a um aumento da tensão migratória em Calais e suas regiões próximas, depois de picos registrados em 2015 e 2016. Neste ano, 24.655 pessoas tentaram cruzar o Canal da Mancha de maneira irregular. Ao longo de todo o ano de 2020, foram 9.551 migrantes ilegais buscando realizar a travessia.
Pierre Roques, coordenador da ong Auberge des Migrants, em Calais, disse à France Presse que teme que o Canal da Mancha se torne tão mortal para refugiados quanto o Mediterrâneo. “Estão morrendo pessoas no Canal, que está virando um cemitério. E como a Inglaterra é logo do lado oposto, as pessoas continuarão a tentar atravessá-lo”, afirmou.
O primeiro-ministro da França, Jean Castex, se manifestou sobre o naufrágio e o classificou como “tragédia”, em postagem no perfil que mantém no Twitter. “Dirijo meus pensamentos aos inúmeros desaparecidos e feridos, vítimas dos traficantes criminosos, que exploram o desespero e a miséria dos imigrantes”, escreveu.
O ministro do Interior francês, Gérald Darmanin, se dirigiu para Calais, onde acompanha os trabalhos das autoridades locais e equipes de resgate. Na semana passada, foi desbaratada uma rede de tráfico de imigrantes no Canal da Mancha, com a prisão de 15 pessoas. Na região, é grande o fluxo de pessoas originárias de Afeganistão, Bangladesh e Eritreia, entre outros países.
O prefeito de Londres, Sadiq Khan, se manifestou no Twitter sobre a tragédia. “Esta é uma notícia de partir o coração. Meus pensamentos vão para todas as pessoas afetadas por este trágico evento. Ninguém deveria ter que arriscar sua vida dessa maneira. Aqueles que procuram refúgio precisam de rotas seguras - o governo britânico deve trabalhar com as autoridades francesas para fornecê-las”, afirmou.