Patrulha britânica transporta migrantes no Canal da Mancha, em junho: neste ano, 24.655 pessoas tentaram fazer a travessia irregularmente| Foto: EFE/EPA/VICKIE FLORES
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O naufrágio de uma embarcação que cruzava o Canal da Mancha, em direção ao Reino Unido, resultou na morte de pelo menos 31 pessoas nesta quarta-feira (24), perto da costa de Calais, no norte da França, de acordo com autoridades locais. Equipes de resgate estão fazendo buscas para tentar localizar sobreviventes na região.

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As prováveis causas da tragédia ainda são desconhecidas pelas autoridades, que não divulgaram a nacionalidade das vítimas.

Segundo o jornal inglês The Guardian, o primeiro-ministro britânico Boris Johnson realizará uma reunião de emergência sobre a tragédia no Canal.

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O naufrágio acontece em meio a um aumento da tensão migratória em Calais e suas regiões próximas, depois de picos registrados em 2015 e 2016. Neste ano, 24.655 pessoas tentaram cruzar o Canal da Mancha de maneira irregular. Ao longo de todo o ano de 2020, foram 9.551 migrantes ilegais buscando realizar a travessia.

Pierre Roques, coordenador da ong Auberge des Migrants, em Calais, disse à France Presse que teme que o Canal da Mancha se torne tão mortal para refugiados quanto o Mediterrâneo. “Estão morrendo pessoas no Canal, que está virando um cemitério. E como a Inglaterra é logo do lado oposto, as pessoas continuarão a tentar atravessá-lo”, afirmou.

O primeiro-ministro da França, Jean Castex, se manifestou sobre o naufrágio e o classificou como “tragédia”, em postagem no perfil que mantém no Twitter. “Dirijo meus pensamentos aos inúmeros desaparecidos e feridos, vítimas dos traficantes criminosos, que exploram o desespero e a miséria dos imigrantes”, escreveu.

O ministro do Interior francês, Gérald Darmanin, se dirigiu para Calais, onde acompanha os trabalhos das autoridades locais e equipes de resgate. Na semana passada, foi desbaratada uma rede de tráfico de imigrantes no Canal da Mancha, com a prisão de 15 pessoas. Na região, é grande o fluxo de pessoas originárias de Afeganistão, Bangladesh e Eritreia, entre outros países.

O prefeito de Londres, Sadiq Khan, se manifestou no Twitter sobre a tragédia. “Esta é uma notícia de partir o coração. Meus pensamentos vão para todas as pessoas afetadas por este trágico evento. Ninguém deveria ter que arriscar sua vida dessa maneira. Aqueles que procuram refúgio precisam de rotas seguras - o governo britânico deve trabalhar com as autoridades francesas para fornecê-las”, afirmou.

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Infográficos Gazeta do Povo[Clique para ampliar]