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Mikhail Kalashnikov, militar russo e criador do fuzil AK-47 | Sergei Karpukhin/Reuters
Mikhail Kalashnikov, militar russo e criador do fuzil AK-47| Foto: Sergei Karpukhin/Reuters

Dinheiro

Kalashnikov nunca recebeu direitos autorais relacionados à criação do fuzil AK-47. Sua maior fonte de renda provinha da venda de uma vodca com o seu nome.

Um dos militares mais condecorados da Rússia, o major-general Mikhail T. Kalashnikov, inventor do fuzil AK-47, morreu no sábado em Izhevsk, capital da República de Udmúrtia, aos 94 anos.

Estima-se que a arma, que desenhou em 1947, quando era oficial do Exército Vermelho e se recuperava de ferimentos sofridos durante a Segunda Guerra Mundial (1939-1945), vendeu 100 milhões de exemplares.

O fuzil logo se tornou o rifle de assalto padrão da infantaria soviética e, nos anos seguintes, passou a ser adotado por exércitos de mais de 80 países, por guerrilheiros radicais e até por terroristas como Osama bin Laden.

Em consequência do sucesso do invento, Kalashnikov, que não chegou a terminar o ensino médio, foi promovido honorificamente a coronel, em 1971. Em 1994, ao completar 75 anos, foi novamente promovido a major-general.

Recebeu ainda honrarias como o Prêmio Stálin, a Ordem de Lênin e da Estrela Vermelha e até a Ordem de Santo André, essa conferida pela Federação Russa em 1998 e considerada o maior título honorário do país.

Ao jornal britânico The Guardian, ele declarou, em 2002, que "gostaria de ter inventado um cortador de grama". Noutra ocasião, afirmou: "Quando vejo na televisão Bin Laden com seu AK-47, fico revoltado. Mas o que posso fazer? Os terroristas não são tolos e escolhem as armas mais confiáveis".

Também perguntaram a ele se, de alguma forma, se arrependia por ter criado uma arma tão poderosa. "Eu a inventei para a proteção do nosso país e não carrego nenhum arrependimento", respondeu. "Também não tenho responsabilidade sobre como os políticos a utilizam", ressaltando que o uso do seu fuzil por terroristas o entristecia.

Kalashnikov se aposentou em 2012 e foi várias vezes hospitalizado nos últimos meses por problemas cardíacos.

Ele nunca cobrou regalias ou recebeu direitos relativos à criação do fuzil AK-47. Curiosamente, a sua maior fonte de renda provinha da venda de uma vodca que também leva seu nome.

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