O presidente da Argentina, Javier Milei, voltou a atacar nesta sexta-feira o diretor do Departamento do Hemisfério Ocidental do Fundo Monetário Internacional (FMI), Rodrigo Valdés, a quem acusou de ter intenções "manifestamente ruins" em relação à Argentina. "Estou convicto de que essa pessoa (Valdés) não quer o bem para a Argentina", declarou Milei em uma entrevista à rádio Neura, acusando-o de seguir uma agenda política contrária à do libertário.
Milei comentou que Valdés "foi absolutamente contemplativo" com o governo do peronista Alberto Fernández e que, em vez disso, "todos os dias está colocando 'mas'" em seu governo, que é "um exemplo de esforço fiscal nunca visto na história da humanidade".
"Ele não quer que a Argentina vá bem. Não importa, estamos seguindo em frente", frisou Milei. Segundo o presidente argentino, "houve cumplicidade entre o chefe da missão do FMI e o governo anterior (de Fernández)" e Valdés "endossou todo o desastre que (o ex-ministro da economia argentino Sergio) Massa estava fazendo" porque, em sua opinião, essa gestão estava alinhada com o Foro de São Paulo e o Grupo Puebla (de esquerda). O presidente argentino lembrou ainda que Valdés foi ministro da Fazenda do Chile de 2015 a 2017, no segundo mandato de Michelle Bachelet (2006-2010 e 2014-2018), quando "causou o desastre que causou no Chile".
Em março de 2022, o então governo de Alberto Fernández assinou um acordo com o FMI para refinanciar empréstimos de cerca de US$ 45 bilhões que o órgão havia concedido à Argentina em 2018, durante o governo do conservador Mauricio Macri (2015-2019). O acordo inclui revisões trimestrais do nível de cumprimento de metas rigorosas de disciplina fiscal, acúmulo de reservas monetárias e limites de emissão monetária.
O cumprimento dessas metas e a aprovação de cada revisão dependem da aprovação de novos resgates para a Argentina por parte do órgão, recursos que, por sua vez, o país sul-americano aplica para cancelar sua dívida com a entidade, que totalizava US$ 40.899 milhões até o final de 2023. O FMI prorrogou o acordo com a Argentina até 31 de dezembro de 2024, e o governo de Milei negocia um novo acordo, para o qual gostaria de receber novos recursos a fim de fortalecer as reservas internacionais e remover os controles de capital. (Com informações da Agência EFE)
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