O presidente eleito da Argentina, Javier Milei, confirmou nesta segunda-feira (20) uma de suas propostas defendidas durante a campanha dos últimos meses: a privatização das empresas públicas de comunicação do país.
Em entrevista à rádio argentina Mitre, o libertário afirmou que "a televisão pública se tornou um mecanismo de propaganda”, motivo pelo qual anunciou a privatização da Telám - a TV pública do país - e da Rádio Nacional.
Ainda sobre o tema, Milei também demonstrou interesse em privatizar a petroleira estatal YPF. Segundo defendeu na entrevista, “tudo o que pode estar nas mãos do setor privado, vai estar nas mãos do setor privado”.
“Primeiro é preciso recompor a YPF. Desde que Kicillof decidiu nacionalizá-la, a deterioração que foi feita à empresa em termos de resultados para que ela valha menos do que quando foi expropriada… Obviamente a primeira coisa a fazer é reconstruí-la”, afirmou.
No entanto, o libertário não determinou prazos para a transição do público para o privado. “Na transição que pensamos na questão energética, a YPF e a Enarsa têm um papel. Desde que essas estruturas sejam racionalizadas, elas serão colocadas para criar valor para que possam ser vendidas de uma forma muito benéfica para os argentinos”, disse.
Movimentação política
O vencedor das eleições, disputadas com o atual ministro da Economia, Sergio Massa, deve se reunir com o atual mandatário da Argentina, Alberto Fernández, nesta segunda-feira (20), ocasião na qual vão definir como ocorrerá a transição do governo até o dia 10 de dezembro, quando Milei é empossado.
O economista e Fernández se comunicaram por telefone nesta manhã e devem dialogar pessoalmente sobre o assunto nas próximas horas.
O atual presidente argentino, que esteve ausente durante a campanha e quase não fez aparições públicas, apoiou Sergio Massa na corrida eleitoral, que obteve 44% dos votos neste segundo turno, contra 55% de Milei.