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Em mensagem em cadeia nacional de rádio e televisão, presidente da Argentina disse que superávit depois de mais de 20 anos é “uma façanha de proporções históricas a nível mundial”
Em mensagem em cadeia nacional de rádio e televisão, presidente da Argentina disse que superávit depois de mais de 20 anos é “uma façanha de proporções históricas a nível mundial”| Foto: EFE/EPA/CRISTOBAL HERRERA-ULASHKEVICH

Na sua terceira mensagem em cadeia nacional de rádio e televisão desde que assumiu a presidência, em dezembro, o presidente da Argentina, Javier Milei, anunciou na noite desta segunda-feira (22) que o país atingiu um superávit financeiro de 0,2% do Produto Interno Bruto (PIB) no primeiro trimestre – segundo ele, “uma façanha de proporções históricas a nível mundial”.

Milei fez o pronunciamento para anunciar os resultados das contas do seu governo, projetar que eles devem ser seguidos por mais baixas da inflação e agradecer pelo “esforço heroico” dos argentinos neste momento de ajuste.

“Ao contrário das previsões da maioria dos líderes políticos, dos economistas profissionais, de televisão e enganadores das tribunas, dos jornalistas especializados e de boa parte do establishment argentino, quero anunciar que o setor público nacional registrou um superávit financeiro de mais de 275 bilhões de pesos [R$ 1,6 bilhão] durante março, alcançando assim, depois de mais de 20 anos, um superávit financeiro de 0,2% do PIB durante o primeiro trimestre do ano”, disse o presidente.

Milei afirmou que esse caminho é o único “para acabar de uma vez por todas com o inferno inflacionário que foi a Argentina desde a queda da convertibilidade” – numa referência à política adotada entre os anos 1990 e o início dos anos 2000, em que cada peso argentino valia um dólar.

Embora o índice de preços ao consumidor na Argentina em março tenha ficado em 287,9% no acumulado em 12 meses, ainda o mais alto do mundo, na variação mensal em relação a fevereiro, a inflação ficou em 11%, terceira desaceleração consecutiva.

“Assumimos um governo com resultado monetário pior que o do Rodrigazo [plano econômico do governo de Isabel Perón, implantado em 1975], uma destruição do balanço do Banco Central pior que a hiperinflação de 89 e indicadores sociais piores que os da crise de 2001, o que significa que estávamos enfrentando a pior crise da história do nosso país”, afirmou o presidente.

“Ao contrário do que muitos afirmam, não só foi possível acabar com o déficit fiscal, mas também o fizemos de uma forma economicamente sustentável e moralmente desejável, uma vez que pela primeira vez na Argentina os justos não estão pagando pelos pecados dos maus”, disse Milei. “Não é por acaso que a inflação está em queda e todos os meses o número está abaixo do esperado.”

O presidente libertário afirmou ainda que “nada disto seria possível sem o esforço heroico da maioria dos argentinos que sofrem”, antes de apontar que estes “sabem que este é o único caminho possível se quisermos um futuro melhor para os nossos filhos”.

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