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No seu discurso em Nova York, presidente argentino disse que a ONU promove a “violação sistemática da liberdade” e não é mais capaz de resolver os grandes problemas do mundo
No seu discurso em Nova York, presidente argentino disse que a ONU promove a “violação sistemática da liberdade” e não é mais capaz de resolver os grandes problemas do mundo| Foto: EFE/EPA/OLGA FEDOROVA

Na sua primeira participação na Assembleia Geral da ONU, o presidente da Argentina, Javier Milei, fez duras críticas às Nações Unidas, a quem acusou de querer “impor uma agenda ideológica” aos seus países-membros e de não ser mais capaz de resolver os grandes problemas do mundo.

Milei fez seu discurso no debate geral na tarde desta terça-feira (24) em Nova York. Ao criticar a ONU como “uma organização que impõe uma agenda ideológica aos seus membros”, o presidente libertário acrescentou: “Uma organização que havia sido essencialmente pensada como um escudo para proteger o reino dos homens foi transformada num Leviatã com múltiplos tentáculos, que procura decidir não só o que cada Estado-nação deve fazer, mas também como todos os cidadãos do mundo devem viver”.

“Vimos como uma organização que nasceu para defender os direitos humanos tem sido uma das principais promotoras da violação sistemática da liberdade, como aconteceu com as quarentenas globais em 2020, que deveriam ser consideradas um crime contra a humanidade”, disparou, citando os lockdowns durante a pandemia de Covid-19.

Nessa linha, Milei criticou os pontos da Agenda 2030, que fala de metas de desenvolvimento sustentável até o final desta década.

“A Agenda 2030, embora bem intencionada nos seus objetivos, nada mais é do que um programa governamental supranacional de natureza socialista, que pretende resolver os problemas da modernidade com soluções que ameaçam a soberania dos Estados-nação e violam o direito à vida, à liberdade e à propriedade das pessoas. É uma agenda que pretende resolver a pobreza e a discriminação com legislações que apenas as aprofundam”, disse o presidente.

“A Argentina não apoiará nenhuma política que implique a restrição das liberdades individuais, do comércio ou a violação dos direitos naturais dos indivíduos. Não importa quem a promova ou quanto consenso tenha”, acrescentou.

Na parte do seu discurso que tratou da mediação da ONU de conflitos internacionais, Milei acusou a organização de votar “sistematicamente contra o Estado de Israel, que é o único país do Oriente Médio que defende a democracia liberal” e de ter demonstrado “uma incapacidade de responder ao flagelo do terrorismo”.

“A organização também não cumpriu a sua missão de defender a soberania territorial dos seus membros, como nós, argentinos, sabemos em primeira mão em relação às Ilhas Malvinas”, disse o presidente argentino, que também criticou a falta de solução para “a aberrante invasão russa da Ucrânia”.

Ao repudiar o Pacto para o Futuro, que inclui medidas como a reforma do Conselho de Segurança da ONU e ações para conter as mudanças climáticas e que a Argentina não assinou no último domingo (22), Milei propôs o que chamou de “Agenda da Liberdade”.

“A Argentina vai abandonar a posição de neutralidade histórica que nos caracterizou. E vai estar na vanguarda da luta em defesa da liberdade”, disse o presidente.

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