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O presidente eleito da Argentina, Javier Milei, definiu nesta quinta-feira (23) os nomes do ministro da Economia e do presidente do Banco Central do seu futuro governo.
Os escolhidos para os dois cargos, após um dia de intensas negociações em um hotel em Buenos Aires, são respectivamente Luis “Toto” Caputo e Demián Reidel. A informação foi confirmada pelo jornal Clarín.
Caputo é economista e foi secretário e ministro das Finanças e presidente do Banco Central durante o governo de Mauricio Macri (2015-2019).
Já Reidel é físico, economista e pesquisador da universidade americana de Harvard e foi segundo vice-presidente do Banco Central durante o período em que Federico Sturzenegger, cujo nome foi cotado para assumir o Ministério da Economia, esteve à frente da instituição (2015–2018).
Reidel também tem ligações com a Proposta Republicana (PRO), partido de Macri. O ex-presidente apoiou Milei no segundo turno após a candidata da sua coalizão, Patricia Bullrich, ficar em terceiro lugar no primeiro. A ex-ministra da Segurança também declarou apoio ao libertário na disputa com o peronista Sergio Massa.
Caputo e Reidel terão a dura missão de enfrentar a crise econômica argentina: a pobreza hoje atinge 40% da população, a inflação em outubro ficou em 142,7% no patamar interanual e o Fundo Monetário Internacional (FMI) projeta que o país terá em 2023 a sexta retração do PIB em dez anos.
Os planos econômicos de Milei incluem um rigoroso ajuste fiscal, privatizações, dolarização da economia e o fim do Banco Central – ainda que agora pairem dúvidas sobre essas duas últimas medidas, já que o economista libertário Emilio Ocampo, defensor de ambas, foi preterido para a presidência do BC argentino.