O governo da Argentina, do presidente Javier Milei, anunciou nesta terça-feira (10) a demissão de Thierry Decoud, interventor na mineradora estatal Yacimientos Carboniferos Río Turbio (YCRT).
Na segunda-feira (9), o jornal Clarín havia informado numa reportagem que um amigo de Decoud, Andrés Gross, teria tentado em junho atuar como intermediário numa venda de carvão a uma empresa israelense e teria pedido propina para fechar o negócio, o que inviabilizou a transação.
“Até que os fatos sejam esclarecidos, o presidente tomou a decisão de despedi-lo”, anunciou em entrevista coletiva o porta-voz da presidência argentina, Manuel Adorni.
“Quando o presidente detecta que não há transparência absoluta na gestão, sempre afasta o responsável. Não porque seja efetivamente responsável, mas porque o presidente quer que tudo seja feito com total transparência”, acrescentou.
Thierry Decoud era dirigente do PRO, partido do ex-presidente Mauricio Macri (2015-2019) e que apoia a gestão Milei.
A YCRT é uma das empresas estatais cuja privatização está prevista na Lei de Bases, aprovada pelo Congresso argentino em junho. Nem Decoud nem Gross se pronunciaram ainda sobre a reportagem do Clarín.
De acordo com o site Infobae, a vereadora portenha Graciela Ocaña, que foi ministra da Saúde entre 2007 e 2009, no governo da peronista Cristina Kirchner, ingressou com um pedido na Justiça Federal argentina para que ambos e outro suposto intermediador sejam investigados.
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