O presidente da Argentina, Javier Milei, durante a cúpula do G20 no Rio de Janeiro| Foto: EFE/André Coelho
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O presidente da Argentina, Javier Milei, disse acreditar que o país agora é um “aliado estratégico” dos Estados Unidos. Em entrevista ao The Wall Street Journal, publicada nesta quarta-feira (18), Milei também afirmou estar confiante sobre a relação que terá com o próximo presidente da maior potência do mundo, Donald Trump, pontuando que o republicano poderá ajuda-lo a impulsionar as reformas econômicas que estão ajudando a Argentina a sair da grave crise em que se encontrava.

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O libertário disse que, sob o comando de Trump, os EUA provavelmente estarão abertos a negociar um acordo de livre comercio com a Argentina.

"Acho que é muito provável, porque os Estados Unidos descobriram que somos um parceiro confiável”, disse o líder argentino.

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A aliança com os Estados Unidos é um marco importante para Milei, que vê Trump como uma figura-chave para fortalecer a posição da Argentina no cenário internacional.

Relação com a China

Durante sua campanha, Milei criticou fortemente regimes autoritários de esquerda, o que incluiu a China, mas recentemente moderou seu discurso sobre Pequim, reconhecendo a importância econômica do país asiático como parceiro comercial. Os chineses são o segundo maior parceiro da Argentina. Apesar do tom adotado na campanha, Milei descreveu ao WSJ que as relações com a China são “excelentes”. Ele afirmou que planeja visitar o ditador Xi Jinping, embora a data ainda não esteja definida.

“É um parceiro comercial que não impõe condições. É realmente um grande parceiro comercial”, disse o argentino sobre o regime chinês.

O argentino também disse estar aberto a um possível acordo de livre comércio com a China.

"Todos os acordos de livre comércio que pudermos fazer, faremos", disse ele, acrescentando que "os outros podem fazer o que quiserem, eu vou continuar buscando o livre comércio”.

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Reformas

Milei falou sobre o seu programa de reformas econômicas que foram implementadas neste primeiro ano de mandato. O argentino cortou os gastos públicos, eliminou subsídios e reestruturou a máquina estatal. As medidas, embora dolorosas e até impopulares, já começaram a mostrar resultados positivos, com o país saindo da recessão após um crescimento de 3,9% do Produto Interno Bruto (PIB) neste 3º trimestre.

“A inflação caiu muito mais rápido do que esperávamos”, disse Milei ao WSJ, revelando que o índice, que chegou a mais de 20% ao mês em dezembro de 2023, caiu para 2,4% em novembro deste ano. Ele também afirmou que “tudo indica que no próximo ano teremos menos inflação, maior PIB per capita, salários mais altos e menos pobreza”.

Milei também comentou sobre o superávit fiscal durante os primeiros onze meses de 2024, algo inédito após décadas de déficits na Argentina.

“A regra é que não haverá mais déficits na Argentina”, garantiu o presidente, reafirmando sua determinação em manter um orçamento equilibrado.