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Milei e González aparecem na sacada da Casa Rosada e são ovacionados por manifestantes

O presidente da Argentina, Javier Milei (à esquerda), e o líder opositor venezuelano, Edmundo González Urrutia, cumprimentam neste sábado, do balcão da Casa Rosada, em Buenos Aires (Argentina). Milei e González Urrutia saíram à sacada da Casa Rosada para saudar os milhares de venezuelanos reunidos na Praça de Maio, em Buenos Aires, que acompanharam o líder opositor venezuelano em sua primeira parada de uma turnê por vários países latino-americanos. EFE/ Juan Ignacio Roncoroni (Foto: EFE)

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O líder oposicionista Edmundo González Urrutia apareceu na sacada da Casa Rosada junto ao presidente argentino, Javier Milei após a reunião que tiveram neste sábado (4). Ambos foram ovacionados por milhares de manifestantes que tomaram a Praça de Maio desde a madrugada.

"Presidente, presidente" e "liberdade" foram alguns dos gritos ouvidos na praça pelos que consideram González Urrutia o vencedor das eleições realizadas na Venezuela em 28 de julho do ano passado. Gritos de "obrigado, Milei" também foram ouvidos. A Argentina foi a primeira parada da viagem de Gonzalez, que visitará também o Uruguai, Panamá e República Dominicana até 10 de janeiro, quando ele afirma que tomará posse como presidente da Venezuela.

Além dos dois, o ministro das Relações Exteriores da Argentina, Gerardo Werthein, a secretária-geral da Presidência e irmã do presidente Milei, Karina, e a esposa do líder oposicionista venezuelano, Mercedes, que sempre o acompanha em em eventos políticos também apareceram na varanda da Casa Rosada, sede do governo argentino.

Pouco antes, González Urrutia divulgou uma mensagem em vídeo na qual expressou seu compromisso com os presos políticos, que somam 1.794 de acordo com a ONG Foro Penal, e com os oposicionistas que buscam asilo na embaixada argentina em Caracas, custodiada pelo Brasil devido à decisão de Maduro de expulsar diplomatas argentinos.

"Enviamos uma saudação cordial e afetuosa, especialmente a todos os presos políticos e aos asilados na embaixada argentina em Caracas. Essa é e será nossa preocupação em todas as reuniões que realizaremos", disse o representante da oposição majoritária, agrupada na Plataforma Unitária Democrática (PUD), por meio das redes sociais.

O oposicionista tem intenção de retornar ao seu país para ser empossado presidente no dia 10 de janeiro apesar de Nicolás Maduro ter oferecido uma recompensa de US$ 100 mil por "informações que levem à sua captura". Ele insiste em assumir o cargo por entender que venceu as eleições realizadas na Venezuela em 28 de julho.

Os resultados das eleições divulgados pelo Conselho Nacional Eleitoral (CNE), que concedeu a vitória a Maduro, foram questionados pela principal coalizão antichavista, a Plataforma Unitária Democrática (PUD), e por grande parte da comunidade internacional.

Venezuelanos tomam a Praça de Maio desde a madrugada

A emblemática Praça de Maio, em Buenos Aires, ficou repleta de bandeiras venezuelanas e milhares de manifestantes dedicados à luta contra a oposição com bonés, cartazes e camisetas tingidas com as cores de seu país.

Os manifestantes começaram a chegar na praça ainda nesta madrugada e ovacionaram os dois presidentes que se opõem ao regime de de Maduro. Até o momento, o governo não entregou os dados eleitorais detalhados das eleições de julho e, apesar disso, pretende iniciar um novo mandato em 10 de janeiro com o apoio da Força Armada Nacional Bolivariana.

Argentina foi a primeira parada

A Argentina foi a primeira parada da viagem internacional de Gonzalez. "É o primeiro país que González Urrutia visita na América Latina em sua viagem internacional antes de 10 de janeiro. Não é coincidência: a Argentina tem demonstrado seu compromisso com a liberdade, a democracia e os direitos humanos", declarou, Elisa Trotta, secretária-geral do Fórum Argentino de Defesa da Democracia à Agência EFE.
O governo de Milei foi um dos primeiros a considerar González Urrutia o vencedor das eleições de julho, em agosto do ano passado, e chegou a descrevê-lo publicamente como "presidente eleito".

A visita do líder oposicionista venezuelano à Argentina ocorre em meio à crescente tensão entre os governos de Milei e Maduro que tem como uma das causas, a prisão do militar argentino Nahuel Gallo na Venezuela em 8 de dezembro.
A Argentina apresentou uma denúncia ao Tribunal Penal Internacional (TPI) sobre a prisão do militar, enquanto a Comissão Interamericana de Direitos Humanos (CIDH) adotou medidas cautelares, considerando que Gallo "está em uma situação grave e urgente, pois seus direitos à vida e à integridade pessoal correm o risco de sofrer danos irreparáveis na Venezuela".
Há cerca de 200.000 venezuelanos vivendo na Argentina, dos quais apenas 2.600 eram elegíveis para participar das eleições de julho do ano passado - 94% dos quais votaram em González Urrutia.

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