O presidente da Argentina, Javier Milei, afirmou nesta segunda-feira (8) que a instalação de uma base dos EUA na província da Terra do Fogo é parte da estratégia de seu governo para recuperar as ilhas Malvinas, de domínio do Reino Unido e cuja soberania é reivindicada pelo país sul-americano.
"O que aconteceu outro dia foi o maior ato de soberania dos últimos 40 anos, porque, ao estabelecer uma base militar em Ushuaia (cidade na Terra do Fogo), isso respalda nossa reivindicação da Antártida. É o primeiro passo para começar a pensar na recuperação das Malvinas", afirmou Milei em uma entrevista ao portal de notícias Neura.
A instalação de uma base americana na Terra do Fogo, no extremo sul da Argentina, como uma "porta de entrada" para a Antártida, foi anunciada na semana passada durante uma visita da general do Comando Sul dos EUA, Laura Richardson, ao país.
O presidente argentino disse que as Malvinas, foco de uma guerra entre a Argentina e o Reino Unido em 1982, devem ser recuperadas "por meio de canais diplomáticos".
"É um processo de longo prazo", destacou. Por outro lado, Milei reiterou que a base espacial que a China tem na província argentina de Neuquén (sudoeste) e à qual os EUA se opõem por causa de supostos objetivos militares "será auditada de acordo".
Em outra parte da entrevista, que durou cerca de três horas, Milei confirmou que a Argentina comprou 24 aeronaves F16 e reiterou que os EUA e Israel são os países com os quais seu governo decidiu se aliar na política externa. Ele também insistiu que a embaixada argentina em Israel será transferida para Jerusalém Ocidental.
"É falso que isso coloque a Argentina no radar de ataques. Nós já estamos no mapa. A diferença é se somos covardes ou estamos do lado do bem", afirmou o presidente da Argentina, país que sofreu dois ataques terroristas contra alvos judeus em Buenos Aires na década de 1990. (Com Agência EFE)