O presidente da Argentina, Javier Milei, pediu nesta quinta-feira (26) a renúncia do ministro da Infraestrutura, Guillermo Ferraro, segundo veículos de imprensa do país, embora ainda não haja confirmação oficial.
Segundo os portais Clarín e La Nacion informaram, um vazamento de informações confidenciais de reuniões do gabinete ministerial seria o motivo pelo qual o presidente requisitou a saída do titular da pasta.
A emissora de televisão local TN ainda citou "diferenças" no relacionamento entre Ferraro e o chefe de Gabinete de Milei, Nicolás Posse, talvez a pessoa mais próxima do presidente no governo, depois de sua irmã, Karina Milei.
Durante o dia, algumas das palavras do presidente, supostamente proferidas na reunião ministerial da Casa Rosada vieram à tona. Um dos assuntos discutidos nos encontros foi o corte no repasse de verbas para as províncias do país.
Milei teria se referido aos governadores provinciais, ratificando o que o ministro da Economia, Luis Caputo, já havia afirmado em redes sociais no dia anterior, em um momento no qual o governo está trabalhando para aprovar a Lei de Bases e Pontos de Partida para a Liberdade dos Argentinos, mais conhecida como "lei Omnibus".
"O déficit zero não é negociável", disse Caputo na rede social X, além de advertir que "se todas as medidas econômicas propostas" no projeto de lei não forem aprovadas, "o ajuste será maior, fundamentalmente para as províncias".
Caputo disse ainda que já está avaliando "as verbas provinciais que serão cortadas imediatamente se algum dos artigos econômicos for rejeitado" e esclareceu que não se trata de uma ameaça, mas da "confirmação de que o governo vai cumprir o mandato da maioria dos argentinos", de equilibrar as contas fiscais para acabar com décadas de inflação e flagelo econômico.
Essa primeira crise no governo Milei ocorre apenas um mês e meio após sua posse como presidente da Argentina, que aconteceu em 10 de dezembro, e um dia após a primeira greve geral da principal confederação sindical, a Confederação Geral do Trabalho (CGT), contra as políticas de austeridade do governo.
Antes de ser nomeado ministro do libertário, Guillermo Ferraro, que é contador e economista, atuou dentro do peronismo, durante as administrações provinciais de Antonio Cafiero e Eduardo Duhalde. Anos depois, chegou ao Pro, do ex-presidente Mauricio Macri, onde ocupou um lugar na gestão da cidade de Buenos Aires.
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