O governo de Javier Milei anunciou nesta quarta-feira (27) que o presidente da Argentina participará da cúpula do Mercosul em Montevidéu, no Uruguai, nos dias 5 e 6 de dezembro e promoverá um acordo de livre-comércio entre o bloco e a União Europeia.
“Tudo o que envolve acordos comerciais nós sempre vamos concordar, seja a União Europeia-Mercosul ou um acordo de livre-comércio com os Estados Unidos”, disse o porta-voz da presidência, Manuel Adorni, durante entrevista coletiva, na qual ele também confirmou que Milei viajará para a cúpula no Uruguai.
“Vamos promover tudo dentro das dificuldades que existem”, esclareceu o porta-voz, além de explicar, no entanto, que há limitações “com a estrutura e os regulamentos do próprio Mercosul”.
Adorni também enfatizou a necessidade de que “as duas partes estejam em pé de igualdade” e deu a entender que há divergências internas entre os membros do bloco econômico sul-americano sobre os termos do acordo.
O Mercosul, formado por Brasil, Argentina, Paraguai, Uruguai e Bolívia, chegou a um princípio de acordo comercial não ratificado com a UE em 2019, cuja negociação foi atrasada pelo surgimento de demandas europeias sobre questões ambientais.
As declarações desta quarta-feira foram feitas após a visita do presidente da França, Emmanuel Macron, à Argentina neste mês, durante a qual ele discutiu o acordo com Milei.
Macron deixou claro para Milei que não assinará o acordo comercial “como está” porque “seria muito ruim” para a agricultura francesa e afirmou que o próprio presidente argentino “não estava satisfeito” com o acordo nem “com o atual funcionamento do Mercosul”.
Além disso, durante a cúpula da próxima semana, a Argentina assumirá a presidência do bloco, que até agora era exercida pelo Uruguai.
A viagem de Milei a Montevidéu também ocorrerá logo após a vitória do candidato progressista da Frente Ampla, Yamandú Orsi, nas eleições presidenciais uruguaias realizadas no último domingo (24).
Após breve comunicado da Presidência argentina no mesmo dia saudando Orsi, Adorni antecipou em sua coletiva de hoje que Milei planeja se comunicar com o presidente eleito antes de sua posse em março.
“Temos as melhores relações com nosso país irmão, continuaremos a tê-las e continuaremos a trabalhar juntos em todos os setores para que ambas as nações possam tirar proveito uma da outra”, disse o porta-voz.
“As relações são impecáveis”, acrescentou.
Orsi havia dito que “adoraria” se reunir com Milei antes de assumir a Presidência uruguaia e que deseja manter um “bom relacionamento” com ele, apesar das diferenças ideológicas.
Como Bolsonaro se prepara para reagir ao indiciamento por suposto golpe
Corte de gastos do governo: quais as medidas que Haddad pode anunciar nesta quarta
Mentor do golpe ou quem o impediu: as narrativas em torno de Bolsonaro após indiciamento
“Era atendimento religioso”, diz defesa de padre indiciado com Bolsonaro
Deixe sua opinião