Dezenas de milhares de alemães cercaram o escritório da chanceler Angela Merkel neste sábado (18), em protesto antinuclear que organizadores disseram ser o maior do tipo desde o desastre de Chernobyl, 1986.
A manifestação, que, segundo organizadores reuniu 100 mil pessoas, poderia ajudar a mobilizar a crescente oposição à coalizão de centro direita de Merkel, que tem sofrido queda de popularidade desde que tomou o poder em outubro.
Próximo do início do protesto, policiais afirmaram haver perto de 40 mil manifestantes. Eles preferiram não dar uma estimativa mais atual.
Numa marcha pacífica ao redor da sede do governo alemão, em Berlim, os manifestantes se concentraram na chancelaria de Merkel e pediram a interrupção de seus planos impopulares de estender a vida últil das usinas nucleares da Alemanha em média por 12 anos.
Segurando cartazes com slogans como "abaixo o governo agora", os manifestantes caminharam sob chuva para exigir que Merkel volte atrás e mantenha o compromisso feito por seu antecessor Gerhard Schroeder de fechar as usinas nucleares alemãs até 2021.
"Não havia uma demonstração (antinuclear) tão grande em um local desde 1986", disse Jochen Stay, um dos principais organizadores do protesto. "Deixamos muito claro que uma ampla maioria da população é contra esse culto nuclear."
O sentimento antinuclear ganhou força na Alemanha após a explosão de um reator na Ucrânia em abril de 1986 na planta de Chernobyl, no pior desastre nuclear do mundo. O acidente ocupava a mente de muitos dos manifestantes em Berlim.
"Minha filha nasceu naquele outono e sofreu sérias deficiências como resultado", disse Karin Sager, manifestante de 52 anos da região de Nordheide, oeste da Alemanha.
"Ela é quase cega e tem muitos problemas de coluna", afirmou, estando ao lado de sua filha, de 23 anos. "A mensagem de Merkel tem de ser: parem isso agora."
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