Milhares de pessoas vestidas com camisetas brancas saíram novamente às ruas das principais cidades colombianas, nesta sexta-feira (28), para exigir a imediata libertação dos reféns mantidos pela guerrilha Farc.Ao som de apitos e palavras de ordem, os manifestantes desfilaram com bandeiras brancas, bandeiras colombianas e cartazes. Os manifestantes gritavam "Liberem-nos já, liberem-nos já, a vida é sagrada, e o sequestro a degrada" durante passeatas no centro de Bogotá, cidade com mais de 7 milhões de habitantes.
Foi a quarta mobilização do ano para exigir a liberdade dos reféns e protestar contra a guerrilha e a violência que sacode o país, em meio a um conflito interno de mais de quatro décadas, que cobra milhares de vidas.
As Forças Armadas Revolucionárias da Colômbia (Farc) mantêm em seu poder no meio da selva pelo menos 28 reféns de caráter político, além de centenas de pessoas pelas quais o grupo exige resgates milionários, de acordo com o governo.
Familiares dos reféns consideram que o interesse do governo e da comunidade internacional pelo tema diminuiu depois do resgate, no começo de julho, da ex-candidata a presidente Ingrid Betancourt, de três norte-americanos e de 11 militares.
"Que o país e o mundo percebam que todos os seres humanos têm a mesma importância e a mesma dignidade que têm Ingrid Betancourt e os norte-americanos que estiveram sequestrados", disse Marleny Orjuela, líder de uma associação de famílias de policiais e militares sequestrados.
A jornada desta sexta-feira não teve a mesma participação de manifestações anteriores, especialmente a de 20 de julho. Em algumas localidades, como Pasto, Popayán e Mocoa, não houve atividades por causa dos recentes distúrbios provocados pela quebra dos esquemas de pirâmides financeiras.
O popular cantor Juanes, que participou da passeata de Medellín, disse sentir "um pouco de tristeza" pela menor participação, e lembrou que os reféns atuais "são soldados, são policiais que seguramente não são tão reconhecidos quanto outros que estiveram lá".
De Madri, Betancourt pediu às Farc que libertem seus antigos companheiros de cativeiro e disse que não os esqueceu, pois continuará lutando para que não passem outro Natal na selva.
"Estão encadeados pelo pescoço a uma árvore, estão isolados, não deixam que se comuniquem, provavelmente lhes tiraram os sapatos, não podem caminhar, têm de pedir licença para qualquer coisa que desejem, tudo lhes é negado, é a humilhação, a desumanização", afirmou.
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