Milhares de estudantes protestaram nesta quarta-feira (16) em Santiago em uma manifestação que terminou com confrontos e 70 presos. Eles exigem uma completa reforma no sistema educacional chileno, um dos mais caros e desiguais do planeta, herança da ditadura de Augusto Pinochet.
O protesto foi iniciado na praça central Itália, de Santiago, onde milhares de estudantes se reuniram, além de professores e pais, tal como fizeram nas mais de 40 manifestações que protagonizaram ao longo do ano passado.
A multidão, que protestou com danças e canções e levantando grandes cartazes, avançou calmamente pela avenida central Alameda, para depois seguir para o norte até as imediações do centro cultural Estação Mapocho, onde se realizou um ato central de encerramento.
"Vamos continuar sendo rebeldes, porque o movimento estudantil não vai se conformar com a correção de excessos. Nós queremos corrigir tudo", afirmou em seu discurso o presidente da Federação de Estudantes da Universidade do Chile, Gabriel Boric.
A Confederação de Estudantes do Chile, que organizou o protesto, calculou em 100.000 o número de manifestantes, enquanto a polícia informou que cerca de 20.000 participaram.
A manifestação foi concluída com ao menos 70 detidos por distúrbios protagonizados por encapuzados, que foram repelidos com gás e água pelos policiais.
Este foi o segundo protesto nacional de estudantes do ano após o realizado em 25 de abril passado, que reuniu cerca de 50.000 manifestantes.
Os estudantes pedem uma completa reformulação do sistema educacional chileno, considerado um dos mais caros e desiguais do planeta, como consequência das reformas impostas pela ditadura de Pinochet (1973-1990), que reduziu a menos da metade o aporte público à educação e fomentou a inclusão do setor privado.