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Aproximadamente oito mil imigrantes, a maioria com origem em Cuba, Venezuela e México, realizam uma caravana com destino à fronteira dos Estados Unidos, levantando cartazes sobre as péssimas condições de seus países que levam a um "êxodo da pobreza", conforme diz uma das faixas. A procissão teve início na véspera do Natal, em Tapachula, no estado mexicano de Chiapas.
A mobilização ocorre em um momento no qual os fluxos migratórios, principalmente partindo da América Central e do Sul, cresceram significativamente, provocando um alerta aos governos do México e dos EUA, que dividem a principal fronteira de acesso ao território americano.
No último ano, de acordo com dados obtidos pela emissora britânica BBC, o número de pessoas detidas na fronteira entre os países ultrapassou 2 milhões. Apenas em setembro deste ano, foram mais de 200 mil migrantes, segundo o governo americano.
Entre a última semana de novembro e o início de dezembro, a patrulha da fronteira americana estimou que o número de migrantes detidos nas travessias cresceu 31%.
Tal situação tem preocupado o governo de Joe Biden, que vê uma crescente insatisfação de seus eleitores com a crise migratória instalada no país, a menos de um ano das eleições presidenciais, nas quais o democrata pretende concorrer à reeleição.
Nesta quarta-feira (27), será realizada uma reunião bilateral entre uma comissão de altos funcionários da Casa Branca e do México para discutir novos pontos para controlar a migração. O secretário de Estado americano, Antony Blinken, chega hoje à Cidade do México, onde o encontro está marcado para acontecer e serão abordadas novas tentativas de acordos sobre o assunto.
Washington divulgou um comunicado antes da cúpula, afirmando que Blinken discutirá a "migração irregular sem precedentes" na região e identificaria formas dos dois países "enfrentarem os desafios de segurança fronteiriça". Ainda não há informações sobre o horário da reunião.
Na sexta-feira (22), o presidente do México, Andrés Manuel López Obrador, adiantou que tem interesse em contribuir novamente com os EUA para resolver a crise migratória.
Segundo informações da emissora americana CNN, além dos que entram ilegalmente no país, mais de 11 mil pessoas aguardam em abrigos a entrada formal pela fronteira.