Milhares de pessoas tomaram as ruas do Marrocos no domingo em manifestações pacíficas para exigir reformas profundas e o fim da prisão política, no terceiro dia de protestos em massa, desde que as manifestações começaram, em fevereiro.
Desesperadas para evitar a turbulência que derrubou os governantes do Egito e da Tunísia, as autoridades já anunciaram algumas mudanças para que o rei Mohammed ceda mais poder e limite a forte influência da monarquia nos negócios.
Cerca de 10.000 pessoas participaram do protesto em Casablanca, a maior cidade de um dos principais aliados árabes do Ocidente.
Os manifestantes da capital, Rabat, também reclamaram da corrupção e tortura, assim como uma taxa de desemprego muito alta entre os jovens.
O policiamento tem sido discreto durante os protestos do Movimento 20 de fevereiro, que tem esse nome por ser essa a data da sua primeira manifestação, especialmente comparado à turbulência em outros países do norte da África.
"Isso é mais sobre os jovens do que sobre nós", disse Redouane Mellouk, que levou seu filho de oito anos, Mohamed Amine, carregando um cartaz pedindo 'Uma Nova Marrocos'.
"Nossos pais não podiam falar conosco sobre questões políticas. Eles tinham muito medo. Isso precisa mudar", disse Mellouk.
Apesar dos níveis de insatisfação popular terem aumentado, as agências de avaliação colocam o Marrocos como o país daquela região menos propenso a se envolver no tipo de agitação que derrubou os regimes da Tunísia e do Egito e que levou ao conflito na Líbia.
Em Rabat, milhares de pessoas marcharam pelos bairros pobres, com alto nível de desemprego, longe do centro, onde as manifestações do mês passado aconteceram. Não houve problemas.
O Marrocos é uma monarquia constitucional, com um parlamento eleito, mas a Constituição confere ao rei o direito de dissolver o parlamento, impor estado de emergência e ter a palavra final sobre as nomeações governamentais.
O rei Mohammed anunciou no mês passado reformas constitucionais para abrir mão de parte do seu poder e tornar o sistema judiciário mais independente, mas os manifestantes querem mais.
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