Milhares de deslocados palestinos continuam se movimentando de carro, em ônibus ou a pé do norte para o sul da Faixa de Gaza neste domingo (15) enquanto tropas israelenses se preparam na fronteira do território para o que pode ser uma invasão terrestre massiva.
Na noite de sábado, autoridades israelenses anunciaram que os palestinos tinham uma janela de três horas para se deslocar de forma segura para o sul usando a estrada Salahuddin. O prazo expirou às 7h (horário de Brasília), mas o deslocamento continua.
Israel prepara uma "ofensiva abrangente", que deve se realizar por terra, mar e ar em toda a região, mas deve concentrar esforços em um operação terrestre significativa no norte da Faixa de Gaza. Os objetivos seriam tomar a Cidade de Gaza e tentar libertar cerca de 150 reféns israelenses.
As Forças de Defesa da Israel divulgaram nota no sábado afirmando que equipamentos essenciais de combate já estão em posição para uma ofensiva. O país trabalha agora para concentrar recursos para estabelecer linhas de apoio logístico para o futuro deslocamento das tropas. Jornalistas da BBC que estiveram na fronteira da Faixa de Gaza neste domingo (15) afirmaram que os disparos de artilharia contra o Hamas não param, mas as tropas terrestres ainda estão em processo de organização antes de marchar para o território palestino.
Enquando a preparação está em curso, os ataques aéreos a Gaza já ocorrem pelo nono dia consecutivo. As Forças de Defesa de Israel informaram ter matado em um ataque de caças a Khan Yunis (sul da Faixa de Gaza) o terrorista Billal Al Kedra, que foi responsável pelo ataque à vila israelense de Nirim.
Os israelenses afirmaram que os alvos de sua aviação e artilharia são centros de comando, instalações militares, lançadores de foguetes, postos de observação e armas antitanque. O ataque a esses alvos fazem parte da preparação da invasão terrestre, segundo analistas. Israel afirmou ter bombardeado 100 alvos desde a noite de sábado.
Mas os bombardeios também estão atingindo civis. Neste domingo (15), órgãos de mídia palestinos afirmaram que uma bomba israelense atingiu uma casa em Rafah e matou 17 civis, todos integrantes da mesma família. No sábado, câmeras de segurança captaram o momento em que um comboio de veículos civis que se deslocava do norte para o sul foi bombardeado, deixando 12 mortos (a maioria mulheres e crianças). O ataque foi atribuído a Israel pelas autoridades palestinas.
O Ministério da Saúde da Palestina disse que cerca de 2.300 pessoas morreram na Faixa de Gaza na última semana. A ONU afirmou que há cerca de um milhão de deslocados internos na Faixa de Gaza. Isso representa quase metade da população local.
Os ataques israelenses são uma reação a ataques terroristas massivos e bombardeios de foguetes que deixaram mais de 1.300 mortos em Israel desde o último dia 7.
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