Milhares de cristãos invadiram nesta quarta-feira as ruas de Belém, desafiando o mau tempo, para festejar o Natal na cidade onde, segundo a tradição cristã, Jesus nasceu.

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Belém reencontrou nos últimos dias a alegria de celebrar o Natal graças ao retorno em massa dos peregrinos desde o início do ano.

"Todos os hotéis, todas as categorias de hotéis, estão lotados, com três mil quartos ocupados", destacou Samir Hazboun, presidente da Câmara de Comércio e da Indústria da região de Belém, na Cisjordânia, que conta 185.000 habitantes, dos quais 20.000 a 25.000 cristãos, segundo estimativas palestinas.

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Bonecos de neve e um Papai Noel inflável enfeitam as fachadas das lojas de souvenirs. Em frente a uma delas, o Papai Noel é um gigante de 4 metros de altura. Os hotéis estão decorados com luzes e pinheiros sintéticos cobertos de bolas e falsa neve.

"Este ano é o melhor desde 2000. Em 2008, recolhemos mais de um milhão de turistas apesar das dificuldades políticas que enfrentam", destacou Hazboun.

"Isto tem um impacto considerável sobre a situação econômica da cidade. O turismo se tornou o primeiro setor econômico de nossa região", acrescentou. O desemprego que atingia 45% da população ativa em 2002-2003 caiu para 23%."

"É um momento muito emocionante estar em Belém no dia que se celebra o Natal", afirma Eduardo Robles Gil, um padre mexicano.

Desde 2007, os turistas estrangeiros reencontraram o caminho para Belém, que registrou baixa dramática depois de outubro de 2000, em razão das violências da segunda Intifada.

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Este ano, restaurantes, hotéis, lojas de souvenirs e também empresas de ônibus e guias, ou seja todos os que trabalham no setor turístico, comemoram o bom momento.

Apesar da volta maciça de peregrinos que dá esperanças a essa cidade da Cisjordânia, o conflito religioso e político continua presente. Os visitantes, por exemplo, entram na cidade por uma das passagens do muro de oito metros de altura construído por Israel na Cisjordânia.

O patriarca latino de Jerusalém, Fuad Twal, criticou energicamente a construção do muro da separação, as várias barreiras levantadas na Cisjordânia e a situação na Faixa de Gaza.

"É com dor e profunda tristeza que constatamos quantos civis estão bloqueados, quantos muros e barreiras foram erguidos, criando violência e humilhação, gerando ódio e rancor", afirmou na véspera, ao ler sua mensagem de Natal em Jerusalém.

As celebrações começam com um desfile com tocadores de flautas, tambores e cornetas a partr da Praça do Presépio, diante da Basílica da Natividade, enquanto que Fuad Twal, que ocupa o cargo desde junho passado, entra solenemente na cidade encabeçando a procissão que partiu de Jerusalém.

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O presidente da Autoridade Palestina, Mahmud Abbas, e o primeiro-ministro Salam Fayad, se encontram entre as personalidades que foramconvidadas para esses festejos, cujo ponto culminante será a Missa do Galo na Igreja de Santa Catalina.

Os vendedores de recordações, instalados em torno da praça do Presépio, estão maravilhados. Santinhos, rosários, presépios feitos de madeira de oliveira e outros objetos religiosos vendem que nem pão quente.

Elsa Marie Kierkegaard, uma dinamarquesa convertida ao catolicismo há cinco anos, parece algo desconcertada com tanto agito comercial. "Isso parece um grande mercado", comenta.

As autoridades palestinas esperam cerca de 12.500 visitantes apenas para a noite de Natal. Em todo 2008, o número de turistas em Belém superou um milhão, ou seja, um nível comparável ao de 2000.